“Houve movimentos de forças de operações especiais dos Estados Unidos com direção a aeroportos de Porto Rico, da República Dominicana e de outras ilhas do Caribe, sem conhecimento de seus governos”, declarou o chanceler cubano, Bruno Rodríguez.
“Continua a preparação de uma agressão militar contra a Venezuela com pretexto humanitário”, agregou o ministro, no Twitter. “Cuba convoca a comunidade internacional a atuar unida, superando as diferenças políticas ou ideológicas para conter uma nova intervenção militar imperialista na nossa América.”
Em comunicado, o Ministério do Exterior cubano detalhou que a movimentação de tropas ocorreu entre 6 e 10 de fevereiro, em “voos de aviões de transporte militar em direção ao aeroporto Rafael Miranda (Porto Rico), à Base Aérea de San Isidro (República Dominicana) e a outras ilhas do Caribe com localização estratégica”. Segundo o ministério, os voos partiram de bases militares dos EUA onde operam forças de operações especiais e da infantaria da Marinha. Tais forças seriam utilizadas para ações secretas, “inclusive contra líderes de outros países”, diz a pasta cubana.
O presidente americano, Donald Trump, tenta golpear o líder venezuelano Nicolás Maduro, para entregar a chefia do Estado ao preposto Juan Guaidó, da Assembleia Nacional venezuelana. Sem base legal, Guaidó que se autoproclamou presidente interino há três semanas. Em 29 de janeiro, os EUA impuseram sanções contra a petrolífera estatal da Venezuela, a PVDSA.
Cuba respalda o regime venezuelano, como vem fazendo desde o início da Revolução Bolivariana em 1998, sob o governo de Hugo Chávez. Maduro também conta com o apoio da Rússia e da China, além das Forças Armadas venezuelanas.
Na quarta-feira, Havana afirmou que “figuras extremistas” dos Estados Unidos organizaram uma “tentativa de golpe de Estado na Venezuela por meio da autoproclamação ilegal de um presidente”. Sob a fachada de uma “ajuda humanitária”, os EUA procuram justificar uma intervenção no país sul-americano.
No comunicado divulgado nesta quarta, Cuba afirmou ser claro que os EUA pretendem estabelecer um corredor humanitário sob o pretexto de proteger civis. Mas a real intenção de Washington é privar o povo venezuelano das reservas de petróleo do país e de outros recursos naturais estratégicos.
Ajuda externa
Nesta semana, os governos da China e de Cuba enviaram à Venezuela 18 milhões de suprimentos médicos, incluindo anestésicos, vacinas, antibióticos, nutrientes para gestantes, analgésicos, protetores gástricos, entre outros. Além dos medicamentos, há peças de reposição e kits de diagnóstico.
O centro de distribuição está no porto de La Guaira, no estado de Vargas, e de lá as doações serão enviadas para diferentes locais do país. A expectativa é que a distribuição ocorra durante uma semana. Segundo o ministro da Saúde, Carlos Alvarado, os medicamentos chegaram em 64 contêineres, somando um total de 25 milhões de euros. Todos os suprimentos foram negociados via Fundo Chinês e Organização Pan-Americana da Saúde.
Da Redação, com agências