Em declarações ao Granma Internacional, indicou que o único caminho para sua pátria é a independência e enterrar o protetorado de Washington naquela pequena ilha do Caribe.
Mencionou entre outras reivindicações importantes a luta dos porto-riquenhos, pelo fim da dívida externa exorbitante de Porto Rico, quantificada por Wall Street em US$73 bilhões, e da qual seu país não é responsável.
Ressaltou que essa nação caribenha carece de um tesouro público para fazer tal pagamento, já que todas as receitas geradas vão para as mãos dos Estados Unidos, em sua condição de metrópole neocolonial.
Por esta razão, é impossível ir a outras fórmulas financeiras internacionais ou declarar a falência como algum estado da União estadunidense, porque Porto Rico não faz parte do território continental do norte e é proibido pelo seu estatuto como Estado Livre Associado (ELA), a implementação de programas de resgate econômico.
Explicou que para resolver o problema, em 2016, a Casa Branca nomeou uma Controladoria Fiscal, com um poder superior ao governador do ELA, responsável por fazer planos de ajuste social para garantir o pagamento aos credores.
Destacou que as medidas econômicas implementadas desde então cortam o orçamento para gastos em benefício do povo porto-riquenho e acentuam a dependência da metrópole.
«Esta situação leva muitos porto-riquenhos lutarem pela independência definitiva dos Estados Unidos ou à emigração para aquele país, que também aumentou pelo desastre natural sofrido pelo povo porto-riquenho, após a passagem destrutiva dos furacões Irma e Maria, em 2017, e do qual não foram capazes de se recuperar, ressaltou.
«Hoje enfrentamos a dívida odiosa e criminal imposta pelas agências de crédito apoiadas pelos Estados Unidos. Relacionado a esta questão, impuseram-nos o governo de uma Controlaria Fiscal, que determinou a aplicação de um projeto de austeridade, que ameaça o presente e o futuro de Porto Rico, de uma forma que não podemos sequer imaginar», asseverou.
Por estas razões querem debater a questão na Assembleia Geral das Nações Unidas, para exigir, mais uma vez, a auto-determinação e independência de sua pátria, na base de que em 1952, quando se decidiu impor o ELA, o governo dos EUA manipulou a informação e a distorceu para alcançar seus propósitos neocoloniais».
«Lutamos pela unidade entre as forças políticas de esquerda, que nos permita colocar de lado nossas diferenças e trabalhar para alcançar a independência definitiva, o que se torna uma necessidade», asseverou López Rivera.
Em sua juventude, foi recrutado pelo Exército dos Estados Unidos e teve que participar da Guerra do Vietnã.
Quando retornou à cidade americana de Chicago, onde sua família residia na década de 1970, juntou-se à luta e defesa dos direitos dos porto-riquenhos e foi um importante organizador comunitário, defendendo melhores condições de vida para sua comunidade.
Em 1976, ele se juntou à luta clandestina pela independência de Porto Rico como membro das Forças Armadas de Libertação Nacional (FALN), pelo qual foi preso em 1981 pelo Bureau Federal de Investigações (FBI),
No momento de sua captura, reivindicou para si a condição de prisioneiro de guerra, protegido pelo Protocolo I da Convenção de Genebra, de 1949, que reconhece essa condição no caso de pessoas detidas em conflitos e lutas contra a ocupação colonial.
A reivindicação foi ignorada pelo governo norte-americano, que o sentenciou a 55 anos de prisão. Posteriormente, inventaram-lhe uma tentativa de fuga e a penalidade imposta tornou-se uma sentença de 70 anos, 12 dos quais passou em total isolamento.
Oscar López cumpriu um total de 36 anos de prisão dura. Em 17 de janeiro de 2017, o presidente Barack Obama concedeu-lhe um perdão e sua libertação ocorreu em 17 de maio do mesmo ano.
Recentemente, viajou à Ilha maior das Antilhas para participar da 4ª Conferência Internacional Pelo Equilíbrio do Mundo em Havana, realizada no final de janeiro.
Para este independentista porto-riquenho, retornar a Cuba significa uma grande honra. «Eu me sinto superanimado por estar aqui. Este foro pode nos iluminar para a necessária união e colocar as divisões de lado. Sou um daqueles que confiam que um mundo melhor e mais justo é possível. Lutamos para alcançar esse propósito de prosperidade para o ser humano, porque não só Porto Rico sofre, mas todo o planeta. Nós sofremos as punições impostas por esse ogro imperialista estadunidense».
Manifestou que é importante manter a continuidade e o legado do Comandante-em-chefe Fidel Castro. «Precisamos que os jovens continuem esse legado, porque representa o futuro da sociedade. Que continue o exemplo de Fidel Castro, que tomou de José Martí», concluiu.