Leite Lopes foi um dos primeiros físicos brasileiros a ser pesquisador nos Estados Unidos, doutorando-se, em 1945, em Teoria das Forças Nucleares na Universidade de Princeton, onde conheceu ninguém menos que Albert Einstein.
No final da década de 1940, sentindo a necessidade do desenvolvimento de estudos sobre física, especialmente física nuclear, em território brasileiro, liderou as iniciativas de fundar o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, instituição que contou com a colaboração de diversos nomes da física mundial.
Lutou por um projeto de nação para o Brasil, em que era indispensável o desenvolvimento da ciência e da tecnologia nacionais para que o país, especialmente refém dos EUA, se livrasse da dependência estrangeira.
“Eu não posso conceber que alguém seja nacionalista por outro país. Se eu sou brasileiro, eu sou nacionalista do Brasil”, disse Leite Lopes sobre as políticas pró-imperialistas do general Juarez Távora, que encabeçou os ataques aos estudos sobre energia nuclear no Brasil nos anos 50.
Com o Golpe Militar de 1964, o cientista foi afastado da Universidade após o AI-5, e viu-se obrigado a deixar o país. Voltou ao Brasil somente em 1986, após passar por universidades dos Estados Unidos e da França e realizar extensa obra em sua área de pesquisa.
Atuou junto com César Lattes, outro grande cientista brasileiro. Leite Lopes lutou durante sua carreira por políticas desenvolvimentistas nas áreas da ciência e educação, reconhecido internacionalmente por seu trabalho, sendo o único físico brasileiro premiado com o UNESCO Science Prize.
Abaixo, documentário produzido em 2002 sobre a vida e a obra de José Leite Lopes e César Lattes, dois pioneiros da física brasileira e incentivadores do desenvolvimento científico nacional.