A ruptura, que se deu no início de Julho, escreveu primeiramente um manifesto intitulado “Arrancar alegria ao futuro”, contando com as assinaturas dos militantes que romperam. No ato de sábado, se fundou uma nova organização intitulada MAIS – Movimento por uma Alternativa Independente e Socialista.
Organizações da esquerda estiveram presentes e fizeram saudações representantes do PSOL, PCB, MRT, NOS e outras correntes sindicais e políticas, além do deputado estadual do PSOL Carlos Giannazzi.
Pelo MAIS interviram a vereadora de Natal Amanda Gurgel, Renatão da GM de São José dos Campos, Mauro Puerro, Matheus Gomes da juventude do Rio Grande do Sul e outros militantes da nova organização. Também interviu um representante do MAS de Portugal.
André Freire falou em nome da coordenação nacional da nova organização, em que pontuou três elementos importantes para a nova organização, que eram intervir nas lutas pelo Fora Temer, mas com uma posição independente do PT, como parte de construir um polo na luta de classes, a começar do ato chamado para o próximo dia 31 em São Paulo; falou também da necessidade da construção de uma frente de esquerda no país, mas partindo da independência em relação aos partidos burgueses, como a Rede de Marina Silva; e por fim ressaltou que no próximo ano se comemorarão os 100 anos da Revolução Russa, onde chamou a se realizar debates programáticos e estratégicos para a reorganização da esquerda revolucionária no país e no mundo. André Freire afirmou:
"Não acreditamos que o movimento que fundamos hoje se basta em si mesmo. Nos definimos como um movimento por uma nova organização socialista e revolucionária. Somos apenas como um polo, que vai atuar na luta dos trabalhadores e para reagrupar a esquerda socialista".
Também teve destaque a intervenção de Silvia Ferraro, que pontuou que as manifestações que serviram de base ao impeachment foram um “anti-junho”, e expressavam setores conservadores e reacionários, dizendo que:
"As manifestações, de 80% de brancos, da classe média abastada, de renda alta, que ostentava champanhe na Avenida Paulista, com suas babás negras de uniforme, eram as manifestações da casa grande".
Silvia também expressou que o MAIS defende eleições gerais com novas regras como resposta à crise política nacional.
Representando o MRT, interviu Diana Assunção saudando a nova organização em nome da militância do Movimento Revolucionário de Trabalhadores (MRT), que ressaltou a necessidade de aprofundar o debate programático e estratégico necessário para oferecer uma alternativa aos setores de massas que rechaçam as medidas do governo golpista, mas não confiam mais no PT. Diana também citou o exemplo da Frente de Esquerda da Argentina (FIT) como um ponto de apoio para pensar que tipo de frente é preciso construir no Brasil, e afirmou que o Esquerda Diário está aberto para servir a todos esses debates.
Fechando o ato, interviu Valério Arcary, refletindo sobre o processo da ruptura, as pressões que a esquerda enfrenta e que vão enfrentar na construção de uma nova organização, enfatizando a necessidade de diálogo entre revolucionários para buscar pontos de convergência, chamando a militância a ter “coragem, confiança e esperança” para encarar os próximos desafios. Afirmou:
"Nenhuma organização revolucionária é um fim em si próprio. Nós queremos romper com a tradição daqueles que pensam que são os únicos revolucionários, que sozinhos podem abrir o caminho para as vitórias da classe trabalhadora neste país. Nós não somos os únicos."
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