Segundo a empresa de antivírus tcheca Avast, o ciberataque já afeta 99 países. "Já estamos vendo 75 mil detecções do WanaCrypt0r 2.0 em 99 países", explicou no blog da Avast o especialista em informática Jakub Kroustek.
Houve registros de ataques em praticamente todos os maiores países da Europa, Rússia, China, EUA e Brasil. Eles atingiram tanto órgãos públicos como empresas privadas de diversos setores.
O país mais afetado, no entanto, foi o Reino Unido, que teve os seus serviços de saúde suspensos durante todo o dia. De acordo com a Europol, tanto a Grã-Bretanha como a Espanha pediram ajuda formal para combater o ciberataque.
Na França, a montadora Renault confirmou ter sido alvo; na Alemanha, a Deutsche Bahn, companhia ferroviária estatal, também teve computadores afetados; o Banco da Rússia e os sistemas de computadores da companhia estatal de Ferrovias (RZhD, sigla em russo) do país registraram o ataque, informaram neste sábado essas instituições.
O Brasil também registrou o ataque e diversos órgãos públicos suspenderam temporariamente suas atividades para evitar a propagação dos vírus. Os serviços do INSS e diversos departamentos de Justiça estaduais, por exemplo, foram paralisados momentaneamente durante a sexta, mas o Gabinete da Presidência informou que os problemas foram "pontuais".
Ainda de acordo com o Gabinete, "não há registros e evidências de que a estrutura de arquivos dos órgãos da administração pública federal tenha sido afetada".
Ransonware
O ataque desta sexta-feira foi um ransonware, um tipo de vírus que ataca o computador, smartphone ou qualquer outro dispositivo e o torna "refém", como se fosse um sequestro. Os hackers pedem um resgate em dinheiro para que o usuário possa voltar a ter acesso aos próprios dados.
Diversos especialistas chamam o ataque de ontem de "Wanna Cry" ("Quer chorar", em tradução livre) e, segundo o jornal "The New York Times", o vírus foi roubado da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos. De acordo com a publicação, o ataque foi realizado pelo grupo Shadow Brokers.
De acordo com informações de empresas de antivírus, os ataques do tipo aumentaram 50% no último ano e, além de atingir usuários comum, os ransonwares começaram a agir contra instituições, escritórios e estruturas públicas.
A empresa Kaspersky calcula que, entre as empresas, passou-se de um ataque a cada dois minutos para um a cada 40 segundos. Já entre os usuários particulares, houve um ato a cada 10 segundos no ano passado.
(*) Com Efe e Ansa