Recorrendo a um inovador modelo de avaliação da qualidade do ar, a OMS vem agora confirmar que mais de nove em cada dez humanos residem em zonas onde qualidade do ar exterior “excede os limites definidos”.
"O novo modelo da OMS mostra aos países onde estão os pontos perigosos da poluição atmosférica e fornece uma base para monitorizar os progressos no combate a este problema", disse a vice-diretora adjunta da organização Flavia Bustreo, citada num comunicado.
A poluição do ar é por isso o maior perigo ambiental para a saúde, refere a OMS no relatório intitulado "Poluição do ar ambiente: Uma avaliação Global da Exposição e do peso da doença".
Além destes aspectos, aquela organização informa que o estudo- desenvolvido em colaboração com a Universidade de Bath, no Reino Unido - permite concluir que sensivelmente três milhões de mortes por ano estão relacionadas com a exposição à poluição do ar exterior e, por essa razão, refere que “se se juntar a poluição do ar interior, o índice de mortalidade sobre para 6,5 milhões por ano, o que representa 11,6 por cento de todas as mortes”.
A grande maioria das causas de morte associadas à poluição do ar (94 por cento) estão associadas a doenças não transmissíveis, como, por exemplo, as doenças cardiovasculares, acidentes vasculares cerebrais, doença pulmonar obstrutiva crónica e cancro do pulmão.
Os números apresentados são baseados nas medições através de satélite, modelos de transporte aéreo e estações de medição da poluição atmosférica em mais de 3 mil localidades, tanto rurais como urbanas.
Entre as maiores fontes de poluição atmosférica estão, entre outros, os meios de transporte ineficientes, combustível doméstico, queima de resíduos, centrais a carvão e atividades industriais.
O drama das populações pobres
A vice-diretora adjunta da OMS, Flavia Bustreo, referiu em comunicado que “a poluição do ar continua a afetar a saúde das populações mais vulneráveis - mulheres, crianças e idosos”, sublinhando que “para as pessoas serem saudáveis têm de respirar ar puro desde que respiram pela primeira vez até à última".
O estudo apresenta dados por país e conclui que quase 90% das mortes associadas à poluição atmosférica acontecem nos países de baixo e médio rendimento e quase dois terços estão nas regiões do sudeste asiático e do pacífico ocidental.
“É nos países de baixo e médio rendimento que se verifica uma falha na monitorização e registo dos poluentes atmosféricos, especialmente em África e na Ásia” considerando por isso “crucial reforçar a capacidade das cidades de verificar a qualidade do seu ar com modelos padronizados, instrumentos de qualidade”, sublinha o estudo.
Os autores deste estudo referem ainda ser necessário mais estudos epidemiológicos sobre os efeitos de longo prazo nos países pobres, onde a poluição atinge "níveis inaceitáveis".
Entre as maiores fontes de poluição atmosférica estão meios de transporte ineficientes, combustível doméstico, queima de resíduos, centrais a carvão e atividades industriais, mas também as tempestades de areia, que degradam de forma substancial a qualidade do ar.