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Diário Liberdade
Telmo Varela
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Telmo Varela

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Nasceu a paróquia viguesa de Corujo a 13 de abril de 1955, no seio de umha família de mae labrega e pai operário do naval.

Aos quinze anos, começou a trabalhar de moço num comércio de roupas. Um ano depois, entrou a trabalhar com o seu pai no estaleiro Freire.

Aos dous meses, toca-lhe viver a sua primeira greve, em protesto polos assassinatos de Ferrol de 10 de março de 1972. Este facto e o exemplo de classe do seu pai fai que logo despertem inquietaçons políticas e sociais.

No setembro vermelho do ano 72, já participa ativamente na greve geral de Vigo, que durante quinze dias paralisa toda a comarca e onde se implementam por vez primeira táticas de guerrilha urbana. Grupos de 50 ou 60 pessoas “saltavam” simultaneamente em diferentes pontos da cidade, trazendo em xeque a polícia.

No transcurso desta luita, conhece a dirigentes obreiros como os irmaos Colaço, Moncho “o Dentes”, Benedito de Barreras, Anjo Guisande de Ascón e, naturalmente, a Xosé “Óscar” e Bráulio de Freire. Todos eles líderes naturais do setembro vermelho e dirigentes da Organizaçom Obreira. Mais tarde, conhece Hierro Chomón e Alonso Ribeiro, dirigentes comunistas que influírom muito na sua militáncia.

A finais do ano 1974 produzirom-se várias detençons, entre eles Bráulio e Guisande, e para eludir a repressom policial passa à clandestinidade e vai trabalhar para Ferrol.

Conhecendo pessoalmente dirigentes obreiros das luitas de março de 72, como Secundino do Pico, despedido de Bazán, detido e torturado selvagemente.

A inícios do ano 77, em plena Transiçom política, incorpora-se aos GRAPO e em setembro desse mesmo ano é detido em Madrid, quando estava a colocar umha bandeira republicana com explosivos-trampa. Resulta ferido de bala e é torturado durante 8 dias na DGS, apesar das feridas.

Passa três anos na prisom. Som três anos mui convulsos. Estava-se em plena Transiçom, a rua fervia e os cárceres também. As prisons ardem, há motins quase a diário. Participa em várias greves de fame e em várias tentativas de fuga

Está na prisom de Samora quando a famosa fuga dos cinco máximos dirigentes dos GRAPO: Cerdán Calixto, Abelardo Colaço, Martín Luna (os três assassinados pola polícia), Bretons Beneito e Hierro Chomón.

Sai da prisom de Samora no ano 1980, incorporando-se de imediato aos GRAPO. Em novembro deste mesmo ano, é detido em Sevilla. De novo é ferido de bala e torturado durante cinco dias.

Umha vez na prisom, participa em diversas greves de fame e em vários protestos para melhorar as condiçons de vida na cárcere, o que provoca que o transfiram constantemente de prisom.

No ano 1990, em represália por ter estar em greve de fame em contra da dispersom dos presos e presas políticas, é transferido da prisom de Sória a de Ceuta.

No ano 1991, disvincula-se por completo ds GRAPO e permanece preso até o ano 2001.

Desde o ano 1998 até a sua libertaçom, está em terceiro grau (regime aberto), saindo polo dia para trabalhar e pernoitando na prisom.

Encontra trabalho de eletricista no naval, e volta de novo às suas origens. Um setor com o qual sempre se sentiu identificado e à vontade.

Aos poucos meses de sair da prisom, filia-se à CUT, começando a participar em todos os conflitos do metal e do naval até a sua detençom a 9 de março de 2011.

Além da luita sindical, participa ativamente na luita vicinal, chegando a ser durante dous anos presidente da associaçom vicinal de Corujo, no período em que houvo umha forte oposiçom vicinal ao PGOM e umha luita mui interessante e eficaz contra a chamada "ronda de Vigo".

Nesse mesmo período, por iniciativa da associaçom vicinal, criárom-se várias comissons: de saneamento, 'Ronda nom' e a comissom vicinal de atingid@s pola depuradora. Telmo tivo um destacado papel numha das luitas vicinais mais importantes de Vigo.

Por esta luita vicinal foi processado, junto a oito dirigentes vicinais, sendo julgado em 2008 e condenado a pagar umha multa.

Também foi presidente do CRAC de Corujo (centro cultural) desenvolvendo atividade para aproximar a juventude de iniciativas lúdicas e culturais.

O sistema nom perdoa quem se atreve a desafiar as suas leis e normas, por isso segue preso e se assanham com ele.

Desde que foi detido, já passou polas prisons da Lama, Dueñas (Palência) e Topas (Salamanca).

O sistema carcerário é concebido para destruir a pessoa, submetê-la e humilhá-la. Por isso é fundamental, na prisom, conservar a dignidade e seguir luitando contra as humilhaçons.
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