O abate é de 75 sobreiros adultos e 184 jovens e 171 azinheiras adultas e 388 jovens em cerca de nove hectares, para a linha de transmissão, a 400 kV, de Foz Tua a Armamar. O despacho condiciona a autorização deste abate "à aprovação e implementação do projecto de compensação e respectivo plano de gestão" e ao "cumprimento de todas as exigências legais aplicáveis e de todas as condicionantes da Declaração de Impacte Ambiental e da Decisão de Conformidade Ambiental do Projecto de Execução". A barragem do Tua situa-se entre os concelhos de Carrazeda de Ansiães (Bragança) e Alijó (Vila Real).
Segundo a Lusa, o despacho considera "o relevante interesse público, económico e social da obra, bem como a sua sustentabilidade", uma vez que, além de permitir o indispensável transporte da energia produzida pela barragem em fase de conclusão, em Trás-os-Montes, "servirá igualmente para fornecer, a partir da rede eléctrica para a central daquele aproveitamento hidroeléctrico, a energia necessária para colocar os seus dois grupos reversíveis em funcionamento em modo de bombagem, com relevante interesse para o sistema eléctrico e para a gestão da água na Bacia do Douro".
O despacho governamental justifica ainda a autorização por a obra estar em conformidade com as imposições e licenças anteriores e por considerar "a inexistência de alternativas válidas à localização" da linha de transporte de energia. A REN "apresentou proposta de medidas compensatórias" prevendo a arborização de um total de 11 hectares, 7,5 dos quais com azinheira e 3,5 com sobreiro. O despacho dá também à REN poderes para proceder à expropriação de terrenos.
A construção da barragem do Tua já provocou o abate de quase 20 mil sobreiros e azinheiras e foi largamente contestada por movimentos cívicos e ambientais.
Em janeiro de 2015, a AR chumbou a proposta feita pelo Bloco de Esquerda de suspensão das obras da barragem do Tua.