Foi também ativista político de esquerda. Tendo sido militante do PCP, foi posteriormente fundador da Política XXI, com Miguel Portas, e, mais tarde, do Bloco de Esquerda, de que foi membro durante um curto período. Em 2010, declarava “Portugal, a Grécia, a Irlanda são apenas o elo mais fraco da cadeia, aquele que parte mais depressa. É a Europa inteira que vai entrar em crise”.
Com um cancro há quatro anos, publicou na revista Granta o texto “Morrer é mais difícil do que parece”, um testemunho corajoso e significativo sobre os “mais de mil dias de vida”, decorridos desde que lhe fora detetado o cancro.
“A vida é muito menos cheia de prosápia do que a morte. É uma espécie de maré pacífica, um grande e largo rio. Na vida é sempre manhã e está um tempo esplêndido. Ao contrário da morte, o amor, que é o outro nome da vida, não me deixa morrer às primeiras: obriga-me a pensar nas pessoas, nos animais e nas plantas de quem gosto e que vou abandonar”, referia neste texto acessível no blogclubedeleitores.com.
Paulo Varela Gomes escreveu o livro de crónicas “Ouro e Cinza” e os romances “O Verão de 2012”, “Hotel”, “Era Uma Vez em Goa” e “Passos Perdidos”. O seu livro “Hotel” ganhou o Prémio PEN Narrativa em 2015. Era cronista do jornal “Público”. Foi delegado da Fundação Oriente, em Goa, de 1996 a 1998 e de 2007 a 2009.
Na notícia do seu falecimento no site do jornal “Público”, refere-se que Paulo Varela Gomes se despediu da Universidade em 2012, devido à doença, com uma Última Lição, com o título Do Sublime em Arquitetura. Sobre esta lição, o seu colega Jorge Figueira escreveu um elogio onde o classificava como um enfant terrible e um troublemaker.
À família e amigos, o esquerda.net manifesta as mais sentidas condolências.