Ledezma foi preso em fevereiro de 2015 acusado de conspiração e formação de quadrilha, por estar envolvido em um plano para derrubar o presidente da República, Nicolás Maduro. Depois de dois meses no Centro Nacional de Processados Militares de Ramo Verde, estado de Miranda, recebeu uma medida cautelar substitutiva de pena privativa de liberdade por motivos de saúde, que incluía a obrigação de não dar declarações a nenhum meio de comunicação.
Apesar dessa condição, na última segunda-feira, Ledezma divulgou um vídeo em que qualifica a eleição da Assembleia Nacional Constituinte -que convocou 8.089.320 venezuelanos- como uma "fraude cantada" e chamava a manter os protestos violentos nas ruas.
Já Leopoldo López, no domingo, 30, quando os eleitores votavam para eleger deputados constituintes, divulgou várias mensagens em sua conta no Twitter pedindo que a população não reconheçesse a Assembleia Constituinte. Além disso, convocou mais trancaços em todo o país, práticas violentas que deixaram um saldo de mais de 100 falecidos desde abril.
O pronunciamento é considerado proselitismo político, que López não deve fazer, tal como foi estabelecido na medida de prisão domiciliar ditada em 7 de julho pela Sala Penal do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ).
López cumpre pena de 13 anos, nove meses e sete dias de prisão pelos delitos de incitação pública, danos à propriedade, incêndio criminoso e formação de quadrilha cometidos durante a execução do plano insurrecional La Salida (A Saída), em 2014.
Além de descumprir as condições previstas para se beneficiar da prisão domiciliar, "fontes da inteligência oficial receberam informação sobre um plano de fuga de ditos cidadãos, pelo qual e com a urgência do caso, foram ativados os procedimentos de proteção correspondentes", afirma nota à imprensa do TSJ.