O material bélico destinava-se, supostamente, a grupos terroristas ligados a planos golpistas no país sul-americano e foi confiscado durante uma operação levada a cabo por agentes da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) e funcionários do Serviço Nacional Integrado de Administração Aduaneira e Tributária (Seniat).
A informação, disponível no portal do Ministério venezuelano do Interior e da Justiça, foi divulgada à imprensa esta terça-feira pelo vice-ministro da Prevenção e Segurança Cidadã, Endes Palencia, segundo informa a VTV.
Palencia explicou que, durante o procedimento de fiscalização de mercadoria proveniente de Miami (EUA), as autoridades encontraram 19 espingardas, com acessórios, 118 carregadores, 90 antenas de rádio e seis telemóveis. Acrescentou que a mercadoria entrou no país no passado dia 3, tendo sido transportada pela companhia 21 Air Cargo, numa avião Air Bus.
«A GNB e os organismos de segurança do Estado estão a realizar as investigações pertinentes para dar com o paradeiro dos responsáveis por esta situação, que afecta a segurança e a tranquilidade dos cidadãos», disse ainda Palencia.
Recorde-se que, a 31 de Janeiro último, o ministro venezuelano do Interior, Néstor Reverol, anunciou a detenção de um grupo de indivíduos ligados à Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), que caracterizou como «terroristas» e «mercenários contratados pela oposição venezuelana», e que, tendo entrado na Venezuela a partir da Colômbia, estavam envolvidos num «plano conspirativo» que envolvia a realização de «assassinatos selectivos» e visava «promover o caos e o terror entre a população civil».
«Ajuda humanitária dos EUA é show político para intervir»
Numa entrevista que concedou à RT, o presidente da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que a «ajuda humanitária», por parte da administração norte-americana, em resposta aos apelos feitos pela extrema-direita venezuelana, não é mais que «show político», para «justificar uma intervenção» no país caribenho.
«O imperialismo não ajuda ninguém no mundo. Diz-me a que lugar do mundo levaram [os norte-americanos] ajuda humanitária? O que levaram foi bombas para destruir o Afeganistão, o Iraque, a Síria, para provocar mortes. É um show, tão simples quanto isso», frisou.
Maduro vincou ainda a ideia de que o governo a que preside continua a trabalhar para evitar que Venezuela se transforme num país dependente, considerando que o seu país possui capacidade para produzir e importar aquilo de que necessita.
Neste sentido, destacou o papel desempenhado pelos Comités Locais de Abastecimento e Produção (CLAP), que atendem a seis milhões de lares venezuelanos, garantindo-lhes o acesso a bens alimentares de primeira necessidade, tanto nacionais como importados. «Esse é que é um verdadeiro plano de ajuda humanitária», declarou.