No relatório apresentado, Bachelet condenou a suposta “redução do espaço democrático”, mas não mencionou que grupos extremistas da oposição venezuelana assassinaram dezenas de pessoas e utilizaram o caminho da força para derrubar o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
A Fundalatin condenou que “a atualização apresentada (por Bachelet) invisibilize as ações de violênciaexecutadas por setores da oposição venezuelana, que deixaram um saldo lamentável de vítimas que foram queimadas vivas, degoladas ou simplemente assassinadas por estes grupos antigovernamentais. Nenhum balanço objetivo da situação venezuelana pode ignorar esta realidade”, disse a presidenta do organismo, destaca a chancelaria em sua página Web.
Russián, com status consultivo no Conselho de Direitos Humanos, argumentou que o relatório da Alta Comissária não aprofundou os efeitos do bloqueio econômico e financeiro que o governo dos Estados Unidos executa contra a Venezuela.
“As perdas econômicas destas medidas coercitivas somam mais de US$21 bilhões, que equivalem à importação de remédios e alimentos durante cinco anos para todos os venezuelanos. A causa determinante da situação atua na Venezuela é o bloqueio econômico e financeiro. Preocupa-nos que a Alta Comissária tenha omitido esta situação”, destacou.
A ONG exortou o Conselho de Direitos Humanos e a Alta Comissária a somar-se ao esforço para "reconhecer as medidas coercitivas unilaterais como crimes de lesa humanidade que afetam de maneira sistemática e deliberada toda a população civil.
Russián manifestou sua surpresa de que Bachelet não tenha sancionado a “grosseira ameaça de intervenção militar por parte dos Estados Unidos, que viola a paz e a estabilidade, não somente da Venezuela mas da região”.
“Todos os órgãos do sistema das Nações Unidas devem atuar em defesa da Carta da ONU e rechaçar o uso da força contra qualquer país, inclusive a Venezuela”, asseverou.
A Fundalatin solicitou ainda à Alta Comissária visitar a Venezuela para reunir-se com os setores sociais do país sul-americano e perceba a realidade dos direitos humanos.
“Sem dúvida, sua visita deixará um saldo positivo para atender os desafios e consolidar os progressos do país neste tema”, ressaltou.