Saudações fraternas e a mensagem de confiança depositada pela máxima liderança da Revolução de que saberão cumprir o compromisso, foram as palavras de despedida para a 48ª Brigada Henry Reeve, especializada em situações de desastres e epidemias graves, que vão fornecer assistência médica na cidade da Beira, pertencente à província moçambicana de Sofala.
Lembremos que em 14 de março, o ciclone tropical Idai matou 468 pessoas em Moçambique, enquanto outros 259 morreram no Zimbabué e pelo menos 56 em Malawi, um desastre qualificado pelo chefe da ONU, Antonio Guterres, como outro sinal de alarme sobre os perigos da mudança climática. Hoje, cerca de 1,85 milhão de moçambicanos foram afetados pelo evento climático.
O ministro da Saúde, José Angel Portal Miranda explicou que o país africano está passando por uma situação epidemiológica complexa e chamou a 40ª brigada a se juntar aos mais de 270 colaboradores cubanos que agora estão servindo lá e se tornar uma grande família, abraçando o objetivo comum de ajudar as pessoas necessitadas.
Eles vão montar um hospital de campanha doado pela Ilha maior das Antilhas, onde irão trabalhar 16 médicos, 22 graduados e dois funcionários de serviço, em consultas, sala de cirurgia, laboratório clínico e microbiológico, equipamentos de imagem, além de 20 leitos hospitalares. Dentro do grupo vão especialistas em Medicina Geral Integral, cirurgia, medicina interna, pediatria, ginecologia e outros do perfil cirúrgico como cirurgiões, ortopédicos, além de dois epidemiologistas.
Portal Miranda pediu para trabalhar com extremo cuidado para evitar contrair doenças e se aproximou deles para abraçá-los e desejar-lhes sucesso em sua missão. Entretanto, o dr. Rolando Piloto Tomé, chefe da brigada insistiu no compromisso firme de seus colegas de representar Cuba dignamente, trabalhar dia e noite e realizar um trabalho profilático que mitigue o impacto do desastre, para evitar epidemias nas zonas afetadas.
Lembrou ainda que estamos comemorando os 42 anos da primeira visita do Comandante-em-chefe Fidel Castro a Moçambique, realizada de 21 a 23 de março de 1977, e por isso a façanha será dedicada à memória do líder histórico da Revolução. Também serão lembrados os médicos Enrique Betancourt Neninger e Ulises la Rosa Mesa, que perderam a vida com o patriota Samora Machel, promotor das lutas emancipatórias em Moçambique.
Mencionou que 60\% dos 40 membros do grupo já cumpriram missões internacionalistas em outros países, dos quais 14 trabalhavam na República Bolivariana da Venezuela. Posteriormente, das mãos do ministro da saúde, receberam a bandeira cubana que vão levar em seu trabalho de solidariedade em terras africanas.
Em palavras exclusivas para o Granma Internacional, informou que o furacão devastou a cidade da Beira em 14 de março, e no dia 16 Cuba fez a oferta para enviar ajuda solidária e no dia 18 a brigada estava quase pronta para viajar, aguardando as licenças necessárias e a documentação regulamentar para estes casos.
Nos dias antes da viagem recebeu uma preparação exaustiva sobre a situação epidemiológica acentuada na cólera e malária, doenças endêmicas na região, e que poderia ter um surto depois do furacão.
E acrescentou: «Todos nós vamos com a melhor disposição para cumprir o compromisso internacionalista dos profissionais da saúde cubanos. Eles estão dispostos a apoiar o que o povo moçambicano exige neste momento».