Daniel Esterilla Grueso, de 61 anos e desmobilizado da guerrilha fariana, foi assassinado no município de El Charco, na segunda-feira à tarde, segundo informou o movimento Marcha Patriótica.
Esterilla Grueso, que pertenceu à Frente 29 das FARC-EP, integrou-se no processo de paz e dedicava-se actualmente à actividade agrícola no município de Iscuandé (departamento de Nariño), onde residia. De acordo com o periódico El Espectador, um grupo de desconhecidos disparou contra ele quando saía de uma reunião em que foram tratadas questões relacionadas com a reintegração na vida civil.
No mesmo dia, foi assassinado, no município de Caloto, o ex-combatente fariano Anderson Pérez Osorio, que se destacou como defensor dos direitos humanos, dirigente político (do FARC) e seguidor dos processos de reintegração no departamento do Cauca, revela a Contagio Radio.
No espaço de duas semanas, foram assassinados cinco ex-combatentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (FARC-EP). Além de Esterilla Grueso e Pérez Osorio, Rafael Polindara foi morto, no departamento do Cauca, no passado dia 13; Alexander Saya Palacios foi assassinado, no dia anterior, em Nariño, e Jorge Enrique Sepúlveda foi abatido no departamento de Córdoba no dia 6 deste mês. Desde a assinatura dos acordos de paz, em Novembro de 2016, foram assassinados 136 ex-combatentes.
FARC reclama outra atitude a Iván Duque
Num comunicado emitido ontem, o partido Força Alternativa Revolucionária do Comum (FARC) critica a atitude «passiva» do presidente colombiano, Iván Duque, face aos crimes recentes perpetrados contra dois ex-combatentes.
«Os dois novos crimes contra militantes do nosso partido juntam-se à longa lista de impunidade e de incumprimentos estatais face à palavra dada no Acordo de Paz», refere o texto, em que se sublinha que «os ex-combatentes, confiando no Estado, deixaram as armas e assumiram o desafio de construir a paz na Colômbia», indica a TeleSur.
Neste contexto, o FARC instou as organizações políticas e sociais a realizar um encontro para exigir medidas imediatas «perante a passividade do presidente Duque». Também convocou os membros do seu Conselho Político Nacional para uma reunião de emergência, na próxima sexta-feira, para ali definir uma resposta ao que designou como uma «provocadora estratégia dos inimigos da paz».