[Jorge Nogueira] Me formei em 2012, em Licenciatura em Ciências Sociais, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Em quase cinco anos de graduação, não li um único texto de Paulo Freire na Faculdade de Educação, talvez porque a maioria dos docentes o considere ultrapassado. No Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) Karl Marx era saco de pancada da maioria dos professores de Ciência Política, Antropologia e Sociologia. Em boa parte do tempo eu reagia às calúnias proferidas por tais professores contra o pai do socialismo científico, o que me deixou marcado e possivelmente queimado para tentar um mestrado. Em uma cadeira de pesquisa recebi uma nota muito próxima de zero com o argumento de que o meu trabalho era “ideológico”. O tema gerador dessa censura mascarada de avaliação buscava versar sobre as impressões das populações que viveram nos países do chamado socialismo real sobre a restauração do capitalismo, como elas se sentiam e como comparavam os dois sistemas. A professora talvez não tenha gostado da opinião dos “nativos”. Inconformado, abri processo de revisão de conceito mas acabei tendo que mudar o tema do trabalho.
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