Matéria da Folha de S. Paulo desse domingo (5) anuncia que “só 30% dos aposentados seriam afetados por mudança de regra” (5/6/16). Para o periódico golpista, “a fixação de uma idade mínima de aposentadoria por tempo de contribuição atingiria, no limite, 30% dos aposentados”, e emenda com o dado de que” menos de um terço dos aposentados, os beneficiários pelo critério exclusivo de tempo de contribuição respondem por 45% das despesas” (idem).
A imprensa capitalista e o governo golpista vêm fazendo uma campanha sistemática pela reforma da Previdência Social com a justificativa de conter um suposto déficit no fundo que pode chegar a R$ 121 bilhões este ano. Neste sentido, quer aprovar a toque de caixa a mudança estabelecendo a idade mínima de 65 anos para aposentadoria tanto para homens quanto para mulheres e para isso precisam bater na mesma tecla todos os dias com a propaganda, por se tratar de medida extremamente impopular.
O que está por trás da política de ataques aos direitos dos trabalhadores, que não só diz respeito à reforma da previdência, mas também às outras medidas anunciadas pelos golpistas (privatizações, entrega do pré-sal, arrocho salarial, etc.) nada mais é do que a política para que os trabalhadores paguem pela crise de responsabilidade dos capitalistas. Por isso a necessidade do golpe de Estado.
A conversa fiada de que a previdência está quebrada não tem base nos dados estatísticos. Estudo feito pelo Instituto de Economia da UFRJ aponta que o problema da previdência está na forma manipulada com que os economistas do governo fazem o cálculo de seu balanço. O cálculo usado pela equipe econômica para mostrar um suposto rombo na Previdência leva em consideração apenas as receitas arrecadadas de empregados e empregadores, desconsiderando a arrecadação por impostos. Além das contribuições do próprio trabalhador, o sistema de aposentadorias também conta com arrecadação por CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) e as receitas de concursos de prognóstico (resultado de sorteios, como loterias e apostas). Pelo cálculo, sem estas contribuições, houve um déficit de R$ 85 bilhões no ano passado, mas incluindo aquelas receitas há um superávit de R$16 bi. Com este superávit, fica evidente que não há qualquer crise na Previdência, como procuram afirmar. Além desse estudo, a Confederação Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Idosos (COBAP), baseados em dados do próprio governo, denuncia a lista de devedores da previdência, que inclui entidades “filantrópicas” (lucrativas), cooperativas, grandes empreiteiras, empresas prestadores de serviços, industriais, bancos e muitas outras instituições de todos os segmentos econômicos do Brasil são devedores de mais de R$ 200 bilhões para a entidade.
O ataque à previdência social faz parte do plano do imperialismo e da direita com a crise de 2008 de aprofunda os ataques contra a população, ou seja, uma política duríssima para a salvação dos grandes monopólios capitalistas e esse plano de salvação tem que ser feito à custa de um ataque profundo, generalizado, contra as massas populares, contra os trabalhadores etc.