No entanto, essas notícias não enganam a classe trabalhadora. Foram os grandes grupos empresariais – com destaque para as construtoras – os maiores beneficiários das Olimpíadas, ao passo que populações que residiam nas proximidades dos locais dos jogos foram despejadas. Eles revenderão com lucro os apartamentos da Vila Olímpica, explorarão as novas linhas do Metrô do Rio, se apropriarão dos ganhos dos hotéis. A pretensa estabilidade é uma farsa: o País está em recessão, cerca de 12 milhões de trabalhadores estão desempregados, os aposentados e os que irão se aposentar estão ameaçados em seus direitos, os salários dos servidores públicos, professores e outras categorias em greve estão achatados.
Direta ou indiretamente, o governo Temer incentiva o conservadorismo, hoje em alta, que se manifesta em movimentos como a Lei da Mordaça, ridiculamente chamada de “Escola sem Partidos” – voltada para cercear exercício de pensamento crítico nas Escolas, no recrudescimento do machismo, do racismo, da homofobia, do ódio aos migrantes de regiões mais pobres do país que chegam às capitais, no preconceito contra grupos religiosos.
O governo ilegítimo de Temer já deixou claras suas intenções: retirar mais direitos sociais e cortar gastos públicos para pagar os juros da dívida pública, aumentar a taxa de exploração dos trabalhadores, favorecer ainda mais o grande capital com as privatizações, aumentar a repressão contra os movimentos populares organizados, avançando na sua criminalização.
No entanto, a classe trabalhadora e a juventude vem mostrando cada vez mais a sua força. Nas greves, manifestações, pronunciamentos e ocupações, manifestam o seu descontentamento com esse estado de coisas, denunciando as ações contra os direitos previdenciários, trabalhistas e sociais, exigem mais salário, mais Educação, mais Saúde, mais Transporte público, apontam na direção da radicalização da democracia direta e na construção do poder popular.
Nesse dia 31 de julho, as ruas darão um duro recado aos donos do poder. O momento exige a unidade de toda a esquerda anticapitalista e do movimento popular classista, de todos os que se opõem ao arrocho salarial, à perda de direitos. Exige mais empregos e mais investimentos sociais, mais liberdades democráticas, exige o fim da criminalização dos movimentos sociais, exige a reestatização das empresas privatizadas, a saída do presidente interino ilegítimo e uma saída da crise no interesse dos trabalhadores.
A tarefa de todos os que defendem um país mais justo é exigir a saída de Temer, é reforçar a organização dos trabalhadores, é buscar desde já a construção de um grande encontro do movimento sindical e popular, de forma a elaborar um programa mínimo de unidade para construir um novo rumo para o País.
Fora Temer; a saída é pela esquerda!
Nenhum direito a menos!
Pelo Poder Popular!
Rumo ao Encontro Nacional da Classe Trabalhadora e dos Movimentos Populares!
Partido Comunista Brasileiro
(Comissão Política Nacional)
28 de julho de 2015