O governo golpista de Temer se mostra aberto e democrático para ouvir propostas e angariar apoio, mas dos setores que defende: os ricos, donos de bancos e grandes empresas do Brasil. Após dois dias intensos de reunião com representantes dos principais conglomerados do país, os quais se diziam bastante “animados” com o que ouviram, Temer garantiu apoio total a agenda de reformas que cortam diretamente os direitos dos trabalhadores, juventude e setores oprimidos em detrimento da maior margem de exploração por parte das empresas.
“Não pedimos apoio a nada. Ao contrário, viemos oferecer”, afirmou o coordenador do Instituto Talento Brasil (ITB) – organização que reúne os representantes das empresas – Antônio Machado de Barros. Participaram do evento mais de 800 empresários de diversos setores atingidos pela recessão, em especial o da construção civil.
Antes mesmo de o golpe ter sido levado a cabo, Michel Temer já havia se reunido com os empresários em questão para elaborar conjuntamente o projeto “Ponte para o Futuro”, apresentado pelo PMDB como saída para a crise no Brasil em outubro de 2015, isto justifica tamanha segurança dos empresários ao afirmarem que só foram ‘oferecer apoio’, afinal, desde os seus primórdios, sabiam que ao Temer e o PMDB assumirem o governo estariam a seu serviço.
Participaram da reunião Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco; Pedro Moreira Salles, presidente do Itaú-Unibanco; Jorge Gerdau, presidente do grupo Gerdau; Pedro Passos, copresidente da Natura; entre outros; às mesmas empresas que durante os de governo Lula/PT bateram recordes de lucros.
Apesar da pose passiva do grupo, durante a convenção os empresários assinalaram quais são “os dois projetos prioritários” para a volta da estabilização da economia brasileira: a PEC 241/16, que limita gastos públicos pelos próximos 20 anos e a reforma da Previdência. Dois ataques profundos para a população trabalhadora brasileira, implicando na redução da verba destinada para a educação, saúde, cultura, abrindo margem para privatização das empresas públicas e aprofundando a terceirização à medida que reduz o contingente de funcionários públicos, sem mencionar que a reforma da Previdência acaba praticamente acaba com a possibilidade de aposentadoria a medida que se passam os anos.
Temer vem sendo tratado pelos empresários como presidente interino desde o anúncio do processo de impeachment, este elemento sutil, porém importante, ecoa também nas palavras das burocracias sindicais que servem como capangas dos patrões no seio do movimento dos trabalhadores. A grotesca e real face reacionária deste governo nitidamente desenhado para servir de balcão de negócios dos empresários, removendo direitos e permitindo mais e mais o lucro extraído de cada gota de suor escorrida no rosto do trabalhador