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Domingo, 04 Setembro 2016 19:19 Última modificação em Sexta, 09 Setembro 2016 04:30

Cem mil pessoas se manifestaram em São Paulo contra o governo de Michel Temer Destaque

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País: Brasil / Reportagens / Fonte: Diário Liberdade

Na tarde deste domingo (04), cerca de 100 mil pessoas foram às ruas de São Paulo para se manifestar contra o presidente Michel Temer, que consolidou-se como novo governante com o término do processo de impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff na última quarta-feira (31), quando o Senado aprovou a saída da mandatária eleita em 2014.

O ato teve início por volta das 16:30 na Avenida Paulista, onde manifestantes de diversas tendências da esquerda e também pessoas comuns se reuniram, sob a liderança da Frente Brasil Popular e da Frente Povo Sem Medo.

As principais reivindicações eram a saída de Temer da presidência da República e eleições diretas para o cargo. “Olê, olê, olê, olê, Fora Temer” foi uma das músicas entoadas durante a passeata na Avenida Paulista.

“O jogo só começou, e vai ser decidido nas ruas”, declarou o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, integrante da Frente Povo Sem Medo, afirmando que o golpe de Estado ainda não se consolidou com a votação no Senado.

Por outro lado, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e representante da Frente Brasil Popular, Vagner Freitas, chamou pela greve geral dos trabalhadores e trabalhadoras. “Greve geral, greve geral”, gritaram em uníssono as e os manifestantes.

Ele também criticou a parcialidade e manipulação dos grandes meios de comunicação. Referindo-se à cobertura midiática que ajudou a organizar os protestos contra a ex-presidenta Dilma Rousseff e que censura os movimentos populares, disse que duvida “que tenha aqui alguma imprensa oficial mostrando a manifestação para o mundo inteiro”.

A TV Globo, que transmitiu ao vivo todas as manifestações pelo impeachment, não disponibilizou nem mesmo seu canal de notícias a cabo, a GloboNews, para fazer uma cobertura semelhante neste domingo.

Da Paulista, a manifestação marchou pela Avenida Rebouças em direção ao Largo da Batata, onde, por volta das 20:30, o ato terminou.

Entretando, pouco depois, a polícia militar, como de costume, principalmente nos protestos da última semana contra Temer, reprimiu manifestantes com bombas de efeito moral e jatos d'água. Também houve detenções arbitrárias, segundo denúncias de algumas das entidades mobilizadoras.

Na verdade, a PM atendeu à sua maneira às reinvindicações pelo fim desse órgão repressor que integraram as palavras de ordem do protesto.

A intervenção policial não foi o suficiente para desmoralizar a resistência contra o golpe de Estado. O ato pela saída de Temer “foi uma bela demonstração de que os golpistas não terão sossego”, escreveu Luiza Erundina, deputada federal e candidata do PSOL à Prefeitura de São Paulo, em sua conta no Facebook, após estar presente na manifestação.

Um novo ato já está marcado para a próxima quinta-feira (08) em São Paulo, com concentração no Largo da Batata, para pedir a renúncia de Michel Temer da presidência da República.

Outras cidades, dentre as quais Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba e Salvador também receberam protestos neste domingo contra o golpe de Estado.

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