O ato teve início por volta das 16:30 na Avenida Paulista, onde manifestantes de diversas tendências da esquerda e também pessoas comuns se reuniram, sob a liderança da Frente Brasil Popular e da Frente Povo Sem Medo.
As principais reivindicações eram a saída de Temer da presidência da República e eleições diretas para o cargo. “Olê, olê, olê, olê, Fora Temer” foi uma das músicas entoadas durante a passeata na Avenida Paulista.
“O jogo só começou, e vai ser decidido nas ruas”, declarou o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, integrante da Frente Povo Sem Medo, afirmando que o golpe de Estado ainda não se consolidou com a votação no Senado.
Por outro lado, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e representante da Frente Brasil Popular, Vagner Freitas, chamou pela greve geral dos trabalhadores e trabalhadoras. “Greve geral, greve geral”, gritaram em uníssono as e os manifestantes.
Ele também criticou a parcialidade e manipulação dos grandes meios de comunicação. Referindo-se à cobertura midiática que ajudou a organizar os protestos contra a ex-presidenta Dilma Rousseff e que censura os movimentos populares, disse que duvida “que tenha aqui alguma imprensa oficial mostrando a manifestação para o mundo inteiro”.
A TV Globo, que transmitiu ao vivo todas as manifestações pelo impeachment, não disponibilizou nem mesmo seu canal de notícias a cabo, a GloboNews, para fazer uma cobertura semelhante neste domingo.
O inverno foi deles, a primavera será nossa ?? pic.twitter.com/5xiItTjXjG
— UNE (@uneoficial) 4 de setembro de 2016
Da Paulista, a manifestação marchou pela Avenida Rebouças em direção ao Largo da Batata, onde, por volta das 20:30, o ato terminou.
Entretando, pouco depois, a polícia militar, como de costume, principalmente nos protestos da última semana contra Temer, reprimiu manifestantes com bombas de efeito moral e jatos d'água. Também houve detenções arbitrárias, segundo denúncias de algumas das entidades mobilizadoras.
Na verdade, a PM atendeu à sua maneira às reinvindicações pelo fim desse órgão repressor que integraram as palavras de ordem do protesto.
A intervenção policial não foi o suficiente para desmoralizar a resistência contra o golpe de Estado. O ato pela saída de Temer “foi uma bela demonstração de que os golpistas não terão sossego”, escreveu Luiza Erundina, deputada federal e candidata do PSOL à Prefeitura de São Paulo, em sua conta no Facebook, após estar presente na manifestação.
Um novo ato já está marcado para a próxima quinta-feira (08) em São Paulo, com concentração no Largo da Batata, para pedir a renúncia de Michel Temer da presidência da República.
Outras cidades, dentre as quais Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba e Salvador também receberam protestos neste domingo contra o golpe de Estado.