Em pleno Setembro Amarelo, mês dedicado a prevenção do suicídio acordamos com a notícia de que a taxa de mortes por esse fator aumentou drasticamente 30% só no Estado de São Paulo entre os anos de 2001 e 2014 segundo mostra o boletim SP Demográfico, da Fundação Seade, divulgado nesta quinta-feira (8).
O índice de suicídio é maior entre os homens, chegando a 80%. Destes, 72,3% são indivíduos entre 15 e 64 anos de idade. Entre as mulheres o número é reduzido.
Nenhuma pessoa levanta da sua cama pela manhã, toma seu café e a caminho do trabalho se atira na linha do metrô pura e simplesmente porque acordou num mal dia. O caminho até o suicídio é em grande parte das vezes silencioso e de profunda angustia. A dor instalada dentro do ser é latente e contínua, a visão da realidade é acinzentada e não se acha uma razão para continuar perpetuando os passos sem direção nessa vida. É a perda total de sentido, é o desespero contido num nó na garganta que nunca some, é a depressão em seu nível mais agudo e profundo.
De acordo com o boletim, na maioria dos casos de suicídio consultados “houve algum relato, por parte da testemunha, de que a vítima possuía quadro de depressão, esquizofrenia, estresse ou algum tipo de desilusão, sendo muitas vezes acompanhado de consumo de drogas (lícitas ou ilícitas) e álcool”.
As várias opressões cotidianas , o índice de desemprego alarmante, a pobreza, a falta de acesso e as injustiças a que estamos submetidos dentro da engrenagem capitalista culminam num cenário onde o suicídio se torna uma via rápida para o alivio do sofrimento. Numa sociedade injusta , desigual e opressora é preciso lutar dia a dia para não nos tornarmos parte da estatística. O sistema nos põe doentes e depois nos acusam de fraqueza e covardia.