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Domingo, 23 Outubro 2016 15:03 Última modificação em Domingo, 23 Outubro 2016 17:51

Dia Nacional de Paralisação contra a PEC 241 e os cortes prometem unir professores, alunos e os TAs na UFABC

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País: Brasil / Língua/Educaçom / Fonte: Esquerda Online

Por: Leonardo Judesnaider Knijnik e Caique Djehdian Barbosa, estudantes da UFABC, SP. Devido aos cortes na educação, o orçamento da faculdade para o próximo ano, comparado a este e ao anterior, cairá 30% e 45%, respectivamente.

De acordo com uma conta feita pelo setor de finanças, só há recursos para o funcionamento da faculdade até agosto do ano que vem. Mesmo considerando reduções de gastos como o aumento no preço do refeitório universitário e o corte de linhas do fretado que leva o estudante da estação Santo André de trem para as unidades da UFABC. É diante desse preocupante cenário que nós da UFABC estamos nos unindo para lutar contra os cortes num dia de paralisação e conscientização tanto para quem é da UFABC quanto para quem é de fora – pois esse é um problema que afeta a educação e, portanto, a sociedade como um todo.

As mobilizações começaram no dia 13/10 através de uma assembleia promovida pelo Diretório Acadêmico (DA) da faculdade do campus de São Bernardo do Campos. Nós alunos inicialmente decidimos de maneira unânime que a paralisação seria realizada no dia 25. Porém, foi posteriormente acordado que realizar o ato no dia 24 seria melhor, pois coincidiria com o dia nacional de lutas (dia 24, segunda-feira), contra os tantos cortes que afetam a educação e os ajustes fiscais que a burguesia tanto insiste em dizer que são necessários. Ou seja, houve um consenso de que seria mais impactante e ao mesmo tempo coerente realizar a paralisação no dia 24.

Nem uma semana depois, no dia 19/10, os TAs (Técnicos Administrativos) escolheram também, frente à difícil realidade vivida na faculdade e no país, paralisar na mesma data. Os TAs são uma categoria fundamental para o funcionamento da UFABC e a adesão da categoria foi muito comemorada. O melhor, entretanto, estaria por vir no dia seguinte: os professores, em agitada assembleia no campus de Sto. André, optaram por aderir ao movimento.

É de muita alegra para nós ver a união das três categorias – alunos, TAs e professores – pois dá um peso muito grande à paralisação e mostra o quão importante é o assunto tratado. Aliás, se engana quem pensa que a ideia é ficar em casa. Definitivamente, ficou unânime na assembleia dos professores de que a paralisação NÃO é um dia de folga, pelo contrário: é um dia de mais trabalho ainda. Será um dia repleto de atividades e aulas administradas por alunos e professores, que, por sinal, possivelmente trabalharão até mais nesse dia que em dias de aulas normais. É um dia de luta e conscientização e inúmeras atividades foram marcadas. Professores promoverão aulas públicas, estudantes passarão filmes, haverá debates e uma roda de conversa sobre maternidade/paternidade e trabalho (infelizmente, a faculdade não disponibiliza creche para os filhos de seus alunos e funcionários), tudo com o intuito de debater e viver a política. Para encerrar o dia, faremos uma grande plenária das três categorias (alunos, TAs e professores) para discutir os rumos do movimento e um sarau cultural para comemorarmos o dia.

A luta, felizmente, não acontece apenas na faculdade. No ABC inteiro vemos o comitê contra a lei da mordaça unindo a esquerda (coisa que não acontecia há décadas) contra o projeto que quer calar os alunos e professores que querem promover o pensamento crítico na escola. No resto do Brasil então nem se fala: nesse momento mais de 800 escolas estão ocupadas no Paraná contra a reforma no Ensino Médio, além de haver um número crescente de faculdades mobilizadas contra o desmonte da educação promovido pelo governo Temer!

Se os tempos são difíceis, os estudantes do Paraná e do Brasil inteiro, a paralisação unificada na UFABC e inúmeros movimentos de resistência mostram que existe um outro caminho. Os alunos da UFABC chamam todos e todas a se mobilizarem como puderem! A paralisação nacional do dia 24 promete ser intensa. Por um dia que seja não apenas de paralisação, mas que tenha muita discussão e reflexão sobre a realidade brasileira. Há esperança e, com muita luta organizada, teremos dias melhores.

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