Morto em 1990, Ricardo Carvalho Calero, primeiro catedrático de Língua e Literatura Galegas, antifascista, autor literário e defensor da unidade lingüística galego-luso-brasileira, voltou a ser lembrado na sua cidade natal.
Com uns restos cada vez mais reduzidos do que foi a sua casa natal, na rua Sam Francisco, a Fundaçom Artábria nom falta ao encontro com a memória. Como cada 25 de março, a poesia, a música e a reivindicaçom lingüística pegárom-se as maos para renovar o compromisso coletivo com o País e com a sua língua.
Num ato conduzido por Lan Couce, da entidade convocante, Xurxo Gago, Iolanda Teixeiro e Iolanda Gomis fôrom neste ano as encarregadas de trazer poesia própria e do autor homenageado. Maurício Castro tomou a palavra em representaçom da Associaçom de Estudos Galegos (AEG), entidade convidada e lembrou o jovem ativista pola língua, o Carvalho dos anos 30. Manolo Bacalhau recorreu ao Zeca Afonso para musicar o vínculo galego-português que tanto identifica o legado de Carvalho e que a própria Fundaçom Artábria lembrou na faixa que presidiu o ato de lembrança: "O galego é galego-português ou é galego-castelhano. Nom há outra alternativa".
Em nome da entidade organizadora, Vítor Santalha voltou a reivindicar a recuperaçom nom só da casa natal de Carvalho, em avançado estado de demoliçom por longos anos de abandono, mas do conjunto do bairro de Ferrol Velho. Também fijo um percurso pola trajetória do intelectual e polígrafo homenageado, com especial ênfase para a denúncia do ostracismo imposto polo poder oficial, que explicou pola integridade da sua figura e pola sua proposta de plena recuperaçom do idioma da Galiza. O ato concluiu com o canto coletivo do Hino da Galiza.
A Fundaçom Artábria voltou a afirmar-se como melhor defensora de Carvalho Calero na sua cidade natal, nom só pola concentraçom deste sábado na rua Sam Francisco, mas polo trabalho constante de socializaçom das ideias do homenageado, com o reintegracionismo como bandeira e ferramenta prática para além das palavras.