A vitória eleitoral do PP nas eleiçons autonómicas de há uns dias e o posterior golpe de estado mediático do establishment contra o secretário geral do PSOE e a sua camarilha para assim facilitar a investidura de um novo governo bandido de Mariano Rajói, constata novamente as insalváveis limitaçons da ditadura burguesa espanhola.
O atual regime é irreformável e o modelo vigorante, pactuado polo franquismo e o reformismo, só pode ser transformado pola via revolucionária.
Porém, frente à impossibilidade de mudar os planos desenhados polo regime postfranquista empregando exclusivamente as regras de jogo impostas polo Capital, a pactista “esquerda” hegemónica do nosso País insiste em alimentar o ilusionismo eleitoral. Com esta prática anestesia a capacidade imensa de combate da classe operária e da juventude abduzindo-a na viavilidade de batalhas eleitorais impossíveis de ganhar.
O resultado desta errónea estrategia promovida polas forças reformistas [Marea/Podemos e BNG] só provoca mais desmobilizaçom e frustraçom entre o povo trabalhador perante as falsas expetativas de cristalizarem as promessas de poder derrotar nas urnas o PP.
No último quinquénio a burguesia tem logrado canalizar pola esterilizante via institucional o descontentamento com o regime presente em amplos setores da classe operária e do conjunto do povo trabalhador, logrando assim impor nas ruas e centros de trabalho a desmobilizaçom e o fetichismo da alternáncia parlamentar.
Perante este cenário tam frustrante para cada vez maiores setores populares pola carência de perspetivas de deslocar do poder ao PP, a resignaçom e a frustraçom vai ser o caldo de cultivo do fascismo.
A forças políticas e sociais aparentemente situadas nos parámetros da “esquerda” estám hegemonizdas pola pequena burguesia. Mais alá do banal discurso que de forma oportunista empreguem, do atrativo relato que utilizem, carecem de vontade política e da mais mínima coragem para articular um movimento operário e popular socialista sob umha estrategia de libertaçom nacional visado para a tomada do poder.
Só pretendem regenerar o sistema, transitar do monopartidarismo bicéfalo a um modelo onde se consolide um pluripartidarismo que permita optar a gerir as instituiçons polas novas castas pequeno-burguesas.
Esta “esquerda” anémica nom só renuncia a realizar mudanças de fundo. Atualmente optar a implementá-las é simplesmente impossível perante a desorganizaçom, desmobilizaçom e desarme ideológico das massas.
O derrotismo e a impotência política que arrasta a sua direçom goram qualquer possibilidade para gerar um movimento ruturista. A cobardia é umha das suas caraterísticas genéticas.
Nom existe oportunidade algumha de alterar esta deficiência e nom passa de umha ingenuidade acreditar no êxito de reformulaçons e/ou refundaçons do atualmente existente. Apostar nesta direçom só conduz a atrasar a imprescindível necessidade de reconstruir o partido comunista revolucionário galego e umha unidade popular dirigida pola classe obreira para organizar a luita polos nosos direitos laborais e sociais, polas liberdades e contra a represom, incardinada numha estratégia pola soberania, a independência nacional e o socialismo.
Temos que assumir que nos encontramos sob a mais devastadora etapa de refluxo ideológico das últimas décadas tanto no ámbito nacional como a escala internacional.
Devemos interiorizar que este panorama nom tem visos de mudar a curto prazo. Que temos praticamente que partir de zero. A reconstruçom do movimento revolucionário galego e internacional exige fugir de nostalgias, reclama abandonarmos as deformaçons do marxismo que arrastamos a prática totalidade das forças que nos reclamamos seguidoras dos seus ideais emencipadores.
Cumpre voltarmos às origens, restaurar o fundamentos do anticapitalismo, recuperar o espírito rebelde e antagónico que carateriza o marxismo-leninismo.
A claudicaçom de praticamente todos os partidos comunistas em armas, das rebelions populares das últimas décadas procurando umha rendiçom sob o eufemismo de “acordos de paz” e reconciliaçons nacionais, mas também a falsificaçom e desnaturalizaçom dos modelos ainda vigentes em diversas latitudes planetárias, exige umha revisom em profundidade do que fôrom os socialismos do século XX e de todas as suas adulteradas expressons implementadas na primeira década do atual século.
Às portas de umha nova ediçom do Dia da Galiza Combatente queremos rendir homenagem à melhor tradiçom de combatividade da nossa classe e do nosso povo, reivindicar os capítulos mais destacados da Galiza que nem se vende nem se rende.
Frente à amnésia e impunidade imposta polo regime espanhol e o sistema capitalista, frente à criminalizaçom a que submete as melhores filhas e filhos da Galiza, Primeira Linha reivindica o seu legado indelével.
Sem o compromisso abnegado, a coragem e a determinaçom de Benigno Álvares, José Gomes Gaioso, O Piloto, Henriqueta Outeiro, Henrique Líster, Maria Araújo, Abelardo Colaço, Luís Soto, Moncho Reboiras, Lola Castro, José Vilar e tantas e tantos outras, o nosso povo e a nossa classe nom teriam futuro.
Só nas ruas e centros de trabalho e ensino lograremos derrotar o PP, o Capital e o imperialismo espanhol e da UE pois a luita é o único caminho para a vitória.
Viva a Galiza Combatente!
Viva a Revoluçom Galega!
Denantes mort@s que escrav@s!
Pátria Socialista ou morte! Venceremos!
Galiza, 8 de outubro de 2016