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Diário Liberdade
Terça, 28 Fevereiro 2017 17:48 Última modificação em Quinta, 02 Março 2017 21:10

E o Óscar vai para... a Al-Qaeda!

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País: Estados Unidos / Batalha de ideias / Fonte: Moon of Alabama

[Tradução do Coletivo Vila Vudu] O negócio de Hollywood é o fake. Dessa matéria prima se fazem os filmes – exibicionismo fake de uma realidade falsificada que só existe na cabeça de roteiristas, diretores e do público enganável de sempre. (Confissão: gosto de alguns filmes.)

Hollywood jamais se acanhou de plagiar. Cada ideia, narrativa de alguma espécie de truque cinematográfico que causou agito em algum lugar – e que portanto é geradora potencial de dinheiro – será copiada e recopiada vezes sem conta. Cada sucesso ganha um remake. E mais um.

Em 2015, o apresentador da franquia "Miss Universo" 'leu errado' o nome da vencedora. O homem anunciou "Colômbia" quando a escolhida era "Filipinas". Alguns minutos depois, "corrigiu-se", ele mesmo. Esse "erro" gerou muita atenção a mais, da mídia – e muito mais dinheiro – para o dono do evento.

A Academia de Artes e Ciências do Cinema, a organização norte-americana para marketing e lobby dos fazedores de filmes, distribui anualmente alguns prêmios precoces, arranjados para promover filmes específicos ou específicas pessoas na indústria do cinema. A premiação é cerimônia entediante, mas tratada com muita atenção e correspondentemente promovida pela indústria de mídia (promoção que, por sua vez, arrasta para as mídia-empresas toneladas de publicidade-grana dos anunciantes-empresas).

Para aumentar ainda mais o valor da premiação em 2017, o evento desse ano plagiou a ideia dos promotores do 'evento' Miss Universo. Um dos apresentadores anunciou o filme errado como vencedor de alguma daquelas categorias, e depois se desdisse e anunciou outro filme, o vencedor "real". Foi tão "erro", quanto o mais novo filme de Hollywood é narrativa de eventos reais da vida real.

Os sem memória entraram no desejado frenesi, os insiders bocejaram. "Oh... é o velho fake malfeito de sempre".

Um dos prêmios de 2017 foi entregue a um "documentário" inventado sobre um grupo de "resgate" inventado que faz e distribui vídeos encenados inventadosfotos posadas inventadas e "vítimas" maquiadas com sangue cenográfico, da guerra contra a Síria. 

Os "Casquetes Brancos", auxiliares-assessores de propaganda da al-Qaeda, são atores de uma operação britânica de desinformação financiada com mais de $100 milhões do dinheiro de contribuintes norte-americanos e britânicos. A tarefa genérica desses atores é convencer o público "ocidental" de que a guerra contra a Síria seria justificada por causa da "crueldade do governo sírio" – a qual crueldade inventada os mesmos atores fake trabalham para implantar na mente dos seus consumidores.

Hollywood jamais se acanhou de passar a mão em dinheiro público para promover guerra contra um ou outro país apresentado como "inimigo". O escritório de ligação do Pentágono em Hollywood financia inúmeros filmes. Se alguém precisa de alguns tanques e heróis militares num ou noutro roteiro, o Pentágono organiza a entrega, tanques verdadeiros e soldados, grátis – desde que, claro, o Pentágono possa ler e "corrigir" o roteiro do modo como bem entenda. Os realizadores de Top Gunprecisam de aviões, porta-aviões e muitos explosivos? Sem problema. E sem custos para os produtores. Em troca, os recrutadores militares esperam apanhar os incautos apreciadores de cinema 'de ação', já no instante em que saem das salas exibidoras. O Congresso sempre terá muito prazer em aprovar cada vez mais dinheiro, para aviões cada vez mais inúteis.

O Prêmio da Academia reforça a mensagem distribuída pelo filme e acrescenta valor ao pessoal por trás da mensagem. As empresas de marketing que criaram e comandam os "Capacetes Brancos" com certeza arrecadarão alguns milhões extra, graças ao evento promocional que foi a premiação do Óscar, ontem.

Tudo em Hollywood é falso. O vencedor 'errado' é anunciado, e a al-Qaeda leva um Óscar? "Sem problema" – dizem os promotores/propagandistas de todas essas falsidades.

Exceto para o povo sírio. Para o povo sírio a destruição e a morte propagandeadas pelos habitantes dos bairros ricos de Los Angeles são reais, demasiadamente reais

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