Milhares de cientistas fazem marchas em cerca de 500 cidades no mundo neste sábado (22/) para protestar contra os cortes na área científica feita pela gestão do presidente americano, Donald Trump.
A manifestação batizada de "Marcha pela Ciência" coincide com o Dia da Terra e também critica o ceticismo de Trump em relação às mudanças climáticas.
Em Washington, os organizadores esperam reunir até 75 mil pessoas perto da Casa Branca e marchar até o Congresso americano.
No orçamento apresentado em março, Trump propõe aumentar despesas militares em troca de cortes em importantes agências científicas, como a Nasa e a Agência de Proteção Meio Ambiental (EPA).
"Acreditamos que a ciência é importante, é o caminho para o futuro. Não vamos ter outro planeta e o presidente Trump deveria respeitar isso", disse a professora de Ciências Kelsy Tarasse, à Agencia Efe.
O Congresso tem a última palavra na aprovação e modificação do orçamento, e os cientistas esperam que as manifestações sirvam para convencer os legisladores a reprová-lo. Outras cidades dos EUA, como Nova York e Chicago, também fazem atos em apoio à "Marcha pela Ciência".
Em Berlim, os manifestantes carregaram faixas como "Ciência, não silêncio" e "Amamos especialistas - aqueles que têm evidências", e marcharam da Universidade Humboldt até o Portão de Brandemburgo.
Os participantes do protesto fizeram uma parada em frente à Embaixada da Hungria para protestar contra a nova lei húngara que ameaça fechar a Universidade da Europa Central, financiada por George Soros.
Os organizadores dizem que 11 mil pessoas participaram do evento, que teve como principal objetivo destacar a importância da ciência em democracias.
"Nós, berlinenses, sabemos pela nossa história o que a repressão da liberdade significa. É por isso que temos a responsabilidade de nos mobilizar por uma ciência livre e uma sociedade aberta e tolerante", disse o prefeito de Berlim, Michael Müller, que liderou a marcha.