O aparecimento à luz do dia de um movimento claramente fascista nos Estados Unidos, como aconteceu em 11 e 12 de agosto em Charlottesville, Estado de Virgínia nos EUA, confirma três coisas sobre a situação deste país.
Em primeiro lugar, a manipulação dos meios de comunicação e as manobras financeiras por parte de uma importante secção da extrema-direita da classe multimilionária para colocar um dos seus na Casa Branca alentou a escória mais racista, anti-imigrante, antimuçulmana, antissemita, misógina, supremacista e assassina desta decadente sociedade capitalista.
Em segundo lugar, que o movimento progressista cresceu na defesa dos direitos dos trabalhadores, das comunidades oprimidas negra, latina e originária, das mulheres das pessoas LGBTQ e dos imigrantes, e não se deixa intimidar por estes capangas fortemente armados. Aqueles que protestavam contra os nazis e os KKK fizeram-no com grande coragem em Charlottesville.
Terceiro, a polícia e outras forças repressivas desta “democracia” capitalista não protegem contra a ultradireita. De facto, permitiram que os fanáticos armados fizessem um desfile com tochas estilo Nazi e Klan através da cidade, o que era impensável apenas há poucos anos atrás. O movimento progressista necessita de continuar a ser autossuficiente, combativo e unido.
Os fascistas eram quase exclusivamente homens brancos. Os contramanifestantes representavam um grupo unitário na ação de um amplo espetro de pessoas, predominantemente jovens, de todos os grupos demográficos deste país. Foi um assomo inspirador do tipo de unidade e solidariedade que é necessária para vencer os intolerantes e os plutocratas, para pôr fim à violência diária contra os oprimidos, e para promover uma alteração social revolucionária.
Aqueles da classe governante que veem a sua reputação abalada, estão horrorizados com o que se passou, mas não pelas razões corretas. Querem continuar a explorar e a dominar a maior parte do mundo, mas atrás de uma cortina de “democracia” e “direitos humanos”.
Incomodaram-se pela primeira vez quando Trump comentou publicamente o ataque assassino de um dos fascistas que lançou o seu automóvel contra uma densa multidão de manifestantes, matando a ativista Heather Heyer e ferindo mais umas dezenas de pessoas. O governante racista não conseguiu sequer mencionar os grupos responsáveis, dizendo que condenava «muitos lados, muitos lados». Três dias depois da atrocidade, finalmente, obrigaram-no a ir uma segunda vez até às câmaras e ler um guião em que os racistas e os nazis foram referidos.
Os acontecimentos de Charlottesville serão recordados por muito tempo como um momento-chave do movimento em desenvolvimento para derrubar as muralhas da supremacia branca e todas as formas de intolerância e unir as forças populares que lutam por um mundo melhor. As pessoas estão a mostrar com as suas ações que tomando a luta pela justiça nas suas próprias mãos, sem qualquer confiança nos órgãos do poder estatal podem ter progressão.
Em 14 de agosto, jovens de Durham, Carolina do Norte, derrubaram uma estártua confederada com as suas próprias mãos, expressando a sua fúria pelo assassínio de Charlottesville.
Viva a luta independente deste novo movimento progressista contra o fascismo, a polícia e o capitalismo!
*Jornal do Worker’s Party, edição em castelhano
Este texto foi publicado em: http://www.workers.org/2017/08/22/charlottesville-momento-clave-en-la-lucha-unida-contra-el-fascismo/