O jovem palestiniano morto esta segunda-feira pelos israelitas foi identificado como Ahmad Muhammad Salim, estudante da Universidade Aberta de al-Quds, em Qalqiliya, e secretário do bloco estudantil da Frente Democrática para a Libertação da Palestina (FDLP).
Salim passou três anos em cadeias israelitas e pouco depois de ser libertado, em 2016, decidiu retomar os estudos interrompidos. De acordo com a agência Ma'an, trata-se do quarto jovem morto este ano pelas tropas israelitas; três deles eram menores.
Salim foi atingido a tiro na cabeça e ficou gravemente ferido no decorrer de confrontos registados na sua terra natal, Jayyous, na região de Qalqiliya, vindo a falecer poucos minutos depois. Testemunhas locais disseram à Ma'an que os soldados israelitas disparam contra Salim a menos de 20 metros de distância e que impediram as ambulâncias palestinianas de chegarem a ele, disparando gás lacrimogéneo contra as viaturas e os paramédicos.
Pouco depois de matarem Salim, as forças israelitas encerraram a estrada principal em Qalqiliya, refere a Ma'an, acrescentando que jovens palestinianos atiraram pedras contra viaturas de colonos na estrada que passa na localidade próxima de Azzun.
Continuam as detenções
A Sociedade de Prisioneiros Palestinianos (SPP) referiu que as forças israelitas prenderam 21 palestinianos em operações efectuadas esta madrugada na Margem Ocidental ocupada.
Na nota divulgada pela SPP, indica-se que oito palestinianos foram detidos na região de Belém; três na de Ramallah; dois na de Hebron; um na de Tulkarem, um na de Nablus e outro na de Jenin. Em Jerusalém Leste foram presos cinco menores, com idades compreendidas entre os 14 e os 17 anos.
As operações nocturnas de busca e captura, levadas a cabo pelas tropas israelitas, são uma ocorrência quase diária nas aldeias e cidades dos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia. De acordo com dados das Nações Unidas, referidos pela Ma'an, entre 19 de Dezembro de 2017 e 1 de Janeiro de 2018 as forças israelitas levaram a efeito 170 operações deste tipo.
De acordo com o grupo de defesa dos direitos dos presos Addameer, no final de Dezembro havia 6171 palestinianos em prisões israelitas, 434 dos quais em regime de detenção administrativa – um regime de detenção que permite a Israel manter palestinianos presos por períodos de tempo indefinidos, sem julgamento nem culpa formada.