O jornal Washington Post revelou nesta terça-feira (13/03) que a nova diretora da Agência Central de Inteligência americana (CIA), Gina Haspel, tem seu nome intimamente ligado aos brutais interrogatórios da agência com suspeitos de terrorismo.
Haspel, de 61 anos, será a primeira mulher a dirigir a poderosa CIA, se sua nomeação for aprovada pelo Senado americano, enquanto Mike Pompeo, ex-diretor da agência assume a secretaria de Estado.
A indicação de Haspel, no entanto, enfrenta forte oposição de congressistas e grupos de direitos humanos. Segundo o Washington Post, Haspel, uma funcionária de carreira na CIA, teria sido encarregada dos “centros de detenção ilegais” na Tailândia. Ali, os presos eram sujeitos a tortura com simulação de afogamento, entre outros métodos condenáveis, nos anos seguintes aos ataques terroristas do 11 de Setembro de 2001.
Uma vez que os métodos de tortura foram revelados, Haspel teria feito parte do grupo de agentes da CIA envolvidos na decisão de destruir as imagens captadas nos interrogatórios que deixaram alguns detentos à beira do colapso.
“Criminosa de guerra”
Jameel Jaffer, ex-vice-diretor jurídico da ONG União Americana das Liberdades Civis, a influente ACLU, na sigla em inglês, acusa Gina Haspel de ser “literalmente uma criminosa de guerra”, através de uma mensagem veiculada no seu Twitter.
O departamento de Justiça dos Estados Unidos passou anos investigando as torturas e abusos cometidos, além da destruição das imagens dos interrogatórios, mas nenhum agente da CIA foi indiciado.
Experiência
Por outro lado, a indicação de Gina Haspel está sendo recebida com alívio pela comunidade da inteligência americana. Agentes na ativa e aposentados elogiam a sua capacidade de liderança, apostando que Haspel terá forças para enfrentar as pressões exercidas por Donald Trump, que, está em conflito com a agência por conta das investigações do suposto envolvimento da Rússia nas eleições americanas de 2016.