O presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, e o chefe interino da Renamo, Ossufo Momade, reuniram-se na cidade da Beira, no dia 11, e anunciaram ter chegado a um consenso sobre «assuntos militares». Expressaram a vontade de resolverem essa questão antes das eleições municipais previstas para 10 de Outubro.
O processo eleitoral estava parado, já que a Frelimo não aceitava a realização de eleições antes de solucionar o problema dos homens armados da Renamo.
A declaração conjunta saída da reunião da Beira indica que será formada uma comissão de assuntos militares, com três grupos técnicos – um sobre desarmamento, desmobilização e reintegração; outro sobre a incorporação de elementos da Renamo nas forças armadas e policiais; e um terceiro de monitorização e verificação.
A Renamo entregará em 10 dias uma lista dos seus membros a incorporar no exército e na polícia. No mesmo prazo, o governo e o maior partido da oposição nomearão os representantes na comissão dos assuntos militares e nos grupos técnicos. A desmilitarização e a «reinserção económica dos elementos armados da Renamo» começarão ao mesmo tempo.
A reunião entre Nyusi e Momade – um general que coordena a direcção da Renamo desde a morte de Afonso Dhlakama – «decorreu num ambiente de muita cordialidade, abertura e franqueza, tendo as duas partes reafirmado o total empenho para o alcance da paz efectiva e definitiva, bem como uma reconciliação genuína entre os moçambicanos».
A Suíça e os Estados Unidos, que integram com Portugal o grupo de contacto entre o governo e a Renamo, felicitaram os dois lados pelo avanço registado.