Nesse dia, os EUA, além disso, imporám novos castigos ao Irám que afetarám todas as suas transaçons financeiras, estrangulando a economia e a naçom iraniana. “Se Irám nom puder exportar o seu petróleo, ninguém poderá”, adverte Teerám. Bloqueará o Estreito de Ormuz e depois os EUA sofrerám a “mae de todas as guerras”: “Morram os filisteus comigo!”, Dixo Sansom, o primeiro suicida da história.
"Nunca, nunca, ameace os EUA", tuitou Trump, que acha que tensando a situaçom com a fórmula coreana, poderá conseguir que o Irám se ajoelhe. É possível um encontro entre Trump e Khamenei? A visita de Akbar Velayati, o assessor da política exterior de Khamenei no Kremlin dous dias antes da cimeira de Helsínquia, mostrava que Vladimir Putin está a fazer de canal de contacto entre o Irám e os EUA. Em caso de fracassar esta via, poderám utilizar BATNA (siglas em inglês da “Melhor Alternativa a um Acordo Negociado”), a técnica que nasceu depois da crise dos mísseis de 1962, que consiste em fazer umha proposta viável perante a impossibilidade de atingir um acordo negociado. Assim, os soviéticos retiravam os mísseis de Cuba se EUA faziam o mesmo na Turquia, evitando umha guerra nuclear.
Os iranianos som muito cautelosos. Os contactos diretos entre as autoridades da República Islámica (RI) e EUA existírom desde sempre: Com o Irám-Gate revelárom-se, embora fossem Obama e Rohaní que nom ocultárom a sua conversa telefónica. Agora, a RI afirma que Trump tinha ligado a Rohaní em oito ocasions, mas ele nom atendeu, possivelmente polo clima criado pola própria RI, que risca de traiçom qualquer contacto, ainda virtual, com o Grande Satám. No entanto, a grave situaçom atual fijo com que, da periferia do poder, esteja a exigir-se aos governantes começarem a negociar diretamente com Donald Trump. “Se [os incrédulos] se inclinarem pola paz, aceita-a tu também e encomenda-te a Deus” afirma o Al Corám (Al Anfál-61), apesar de nom haver nengumha garantia de que os EUA respeitem a sua assinatura e a sua palavra. Em 2003, Kadafi aceitou o desarmamento da Líbia: em 2011, a NATO matou-no, entregando o país aos terroristas, violadores e escravistas.
Enquanto o presidente Rohaní propom umha cimeira dos líderes do Golfo Pérsico para baixar a tensom, os militares só falam de guerra: serve-lhes para exportar a profunda crise interna, fazer com o poder executivo ao estilo da república islámica-militar do Paquistám, e realizar umha nova purga política: durante a guerra com o Iraque (1980-1988), entre dezenas de milhares de ativistas políticas que fôrom presos e executados, estava o comandante da Armada iraniana Bahram Afzali (1938-1984), por pertencer à organizaçom militar do Partido Tudeh (comunista) e a falsa acusaçom de espionagem para a Uniom Soviética, quando protegia o Golfo Pérsico da agressom dos EUA e do Iraque.
A verdadeira intençom de Trump
As pressons de Israel e os subornos da Arábia Saudita nom explicam a ofensiva de Donald Trump para o Irám que está a levar ao mundo à beira de umha catástrofe.
Para o Trumpismo, a chave de manter o status de superpotência dos EUA, além da sua poder militar, mais do que tomar posse dos recursos naturais doutros povos (como pretendia Bush), está em dominar o mercado de energia, como a Rússia fijo, segundo Trump, e assi conseguir grandes vantagens geopolíticas. Como o fazer? Extrair os imensos recursos fósseis -carvom, petróleo e gás-, do próprio país e nom para conseguir a independência energética, mas para ocupar o mercado dos rivais e fazer com que todo o mundo dependa dos EUA. As medidas de Trump para converter o governo num fornecedor de armas e vendedor global de combustíveis fósseis fôrom:
Declarar a política energética umha questom de segurança nacional, polo qual os ecologistas, os povos nativos, agricultores e aqueles se opugerem ao plano de construir umha gigantesca rede de infraestruturas (estradas, pontes, etc.) que desmontará as suas vidas para levar os seus recursos do interior à costa, serám perseguidos.
Colocar a exploraçom “sem complexo ambientalista”, bem como o uso dos combustíveis fósseis, incluído carvom, no centro da sua estratégia política.
Expulsar os principais exportadores de gás -Irám, Rússia e Qatar o mercado, por captar os seus clientes. Também o fijo Obama: ofereceu o gás dos EUA à Europa, depois de impor multas ao gás russo em 2014. Trump afirma que vai vender “milhons e milhons de toneladas métricas carvom” aos ucranianos.
Tomar umha vintena de medidas antiecológicas em favor umha exploraçom sem piedade dos recursos naturais, como desprezar o Plano de Energia Limpa de Obama que previa cortes drásticos no uso do carvom; impor fortes impostos à importaçom de painéis solares; repudiar o Acordo de Paris; aprovar o oleoduto Dakota; revogar a norma que impedia despejar entulho nos rios e revisar as normas de perfuraçom em alto mar.
Aumentar a produçom petroleira dos EUA para 10.7 milhons de barris de petróleo (Mbps) em 2017.
O passo seguinte será obrigar os habitantes da terra, se nom quigerem ser exterminados, a que só comam barbacoa para utilizar o carvom dos EUA.
Neste mapa, o Irám, que é a primeira reserva mundial de gás e a quarta do petróleo, reduziu a exportaçom do seu ouro negro de 6 mpd em 1976 para 2,8 de hoje.
Pode o Irám fechar o Estreito?
Pode, e seria o último recurso de Teerám, como se fosse utilizar umha bomba nuclear.
O canal que leva o nome da divindade iraniana do masdeísmo é o mais importante do mundo: atravessado diariamente por 14 petroleiros, transportando 18 mbp do petróleo dos países do Golfo Pérsico e gás licuado do Qatar (que Trump tenta extorquir) aos mercados internacionais.
O Estreito de Ormuz pertence ao Irám e Omám, embora a Convençom da ONU sobre o Direito do Mar (1982) o considere umha passagem internacional, ao ser a única porta que liga os países do Golfo Pérsico ao mar livre. Por isso, nem obriga nem exige aos submarinos a saírem à superfície para mostrar as suas bandeiras, possibilitando que os submarinos nucleares de França e Israel passeiem à vontade por esse golfo. Nem nos tempos de guerra, o Irám e o Omám poderiam suspender o “direito de tránsito” internacional, embora sim controlar o tráfico e inspecionar ou confiscar os barcos comerciais. Fechar o estreito é tam ilegal como impor multas económicas e assassinas a toda umha naçom, como as que impugérom a ONU-EUA ao Iraque, matando dous milhons de pessoas.
O Irám, vista a sua desvantagem militar, poderá empreender umha “guerra de guerrilha marítima”, fechando o estreito, embora só seja por uns dias, espalhando milhares de minas, utilizando mísseis anti navio, atacando as forças da NATO no Afeganistám, Iraque, Turquia, Azerbaijám, os países árabes do Golfo Pérsico e ativando a rede de comandos formados há décadas em diferentes países do mundo.
No meio, nom faltará umha ciberguerra: em 2010, EUA e Israel enviárom o vírus Stuxnet a duas centrais nucleares iranianas e Teerám, em 2016, paralisou os sites e as operaçons de 46 bancos nos EUA e atacou as centrais petroquímicas sauditas. É umha vantagem para o Irám que Trump elimine o cargo de Coordenador de Segurança Cibernética.
Quanto ao choque militar, ambos os países enfrentárom-se quando em abril de 1988 Saddam Husein, apoiado por Washington, cortou as exportaçons de petróleo iraniano no Golfo Pérsico. Irám atacou um navio norte-americano e a armada desse país incendiou plataformas petroleiras iranianas e destruiu grande parte da sua frota. Hoje aquele incidente parecerá um jogo de crianças.
Nova crise energética?
EUA tomará a açom do Irám como a casus belli e poderá aproveitar a missom de “reabrir o estreito” para bombardear os centros do poder do Irám, com o “modelo líbio”. Entretanto, o preço do barril duplicaria, tendo em conta que, além da saída do Irám do mercado, a Venezuela, a Líbia e a Tanzánia estám em crise e a Arábia Saudita nom será capaz de enviar barris adicionais ao mercado durante um longo tempo.
Uma subida que beneficiará os EUA e a Arábia, e prejudicará a China, -importador do crude iraniano e saudita-, quem pola primeira vez repreendeu Teerám: “fazer mais em benefício da paz e a estabilidade na regiom”. Beijing, que recusou elevar o status observador do Irám na Organizaçom de Cooperaçom de Xangai, está a negociar com a Índia para criar um “clube de compradores de petróleo”. A Rússia pode revender o petróleo iraniano à Europa (que atua como colónia dos EUA), e a China pode fazer o mesmo com Nova Deli.
Trump ultima a criaçom da NATO-Sunnita, convidando os países árabes a se reunirem em outono em Washington. A “democrata” Hillary Clinton também dixo em 2015 que se chegava ao poder “demoliria o Irám”. É difícil derrotar com tanta alegria um poderoso Estado que tem 15 países como vizinhos.
As inexistentes armas de destruiçom em massa do Irám som o pretexto da nova grande guerra. Ainda estamos a tempo: se a Europa atua com responsabilidade, garantindo a compra do petróleo iraniano.
Fonte: Blog de Nazanin Armanian.