O Comitê Central do Partido Comunista Sírio, reunido em agosto de 2018, em Damasco, ressalta a importância das conquistas das forças armadas sírias para libertar grandes áreas do país, expulsando as gangues “rebeldes” de todas as posições ocupadas de Damasco, uma vitória de particular importância, não só militarmente mas também politicamente.
A presença armada dos rebeldes, no centro do país, entre Homs e Hama, também foi interrompida. Recentemente, progressos estratégicos significativos foram feitos para libertar as regiões do sul do país da dominação das organizações terroristas. Estas importantes realizações das forças armadas sírias fortaleceram consideravelmente a firmeza de nosso país contra o ataque sionista imperialista e constituem uma base sólida para a batalha do nosso povo pela libertação de todo o território nacional da ocupação dos países coloniais.
imagemA ocupação turca se expandiu no último período. Além das cidades de Al-Bab e Jarablous área de Afrin também foi ocupada por este estado opressivo. As autoridades de ocupação turcas nos territórios ocupados aplicam métodos que são categoricamente proibidos por tratados internacionais, tais como mudanças demográficas, deslocamentos populacionais e a imposição da moeda da potência ocupante. Isto foi precedido pela pilhagem maciça de territórios pelos ocupantes e seus agentes. O Comitê Central acredita que a firmeza do povo afrinês e sua resistência à injustiça das autoridades de ocupação é um fator importante na luta nacional do povo sírio.
A maioria da província de Idlib está sob a autoridade e administração da Turquia. Todas as gangues armadas nessas áreas estão de alguma forma ligadas à administração da ocupação turca, implementando seus planos agressivos e expansionistas. As ações agressivas das autoridades de ocupação turcas e seus agentes causaram crescente descontentamento popular entre as massas sob ocupação, dando esperança para uma mudança qualitativa na resistência a essa ocupação brutal.
Os colonos americanos também estão procurando estabelecer suas áreas de influência no nordeste da Síria, particularmente na região de Jazira, mantendo e expandindo a rede de bases militares dos EUA e confiando em organizações cooperantes com o ocupante. Mas as massas de nosso povo nessas regiões estão expressando cada vez mais sua rejeição da ocupação americana e das ações daqueles que a lideram. Um dos sinais mais significativos desta rejeição tem sido a queima da bandeira americana em muitas ocasiões. Foi isso que os comunistas sírios fizeram nas cidades da região de Jazira, expressando o sentimento dos cidadãos para insistir na resistência à ocupação e enfatizar sua pertença nacional.
Embora o terrorismo tenha sido quebrado, os perigos das operações terroristas permanecem, como podemos ver na série de operações criminosas realizadas pelos terroristas em Jebel al-Arab, que tiraram a vida de muitos cidadãos, incluindo idosos, mulheres e crianças. A resposta dos habitantes de Djebel el-Arab tem sido rigorosa e clara, refletindo seu patrimônio nacional de longa data.
O Comitê Central enfatiza a correção do caminho traçado por nosso partido na situação atual, que aponta para a luta pela defesa da independência nacional, a defesa a plena soberania nacional e a luta pela unidade do território nacional. Um dos caminhos mais importantes de alcançar este objetivo nacional definitivo é a luta pela libertação de todo o nosso território nacional da ocupação colonial.
O Comitê Central pede a vigilância contra os planos sionistas e imperialistas para dividir a Síria ou enfraquecer sua unidade. Os círculos imperialistas em geral, e os sionistas em particular, acham que é uma introdução necessária para realizar seu projeto expansionista que eles chamam de “O Novo Grande Oriente Médio”, ou seja, o projeto de “Grande Sião”. O que está sendo dito atualmente sobre a “prioridade da segurança de Israel” é o mesmo que dizer que o apoio à agressiva política expansionista da entidade sionista deve ser mantido. O Comitê Central está convencido de que a Síria, como é conhecida por seu patrimônio nacional de longa data e sua resistência aos projetos coloniais, continuará sendo um grande obstáculo à tirania colonial e aos planos expansionistas do imperialismo e do sionismo.
O Comitê Central acredita que é importante fortalecer a estabilidade nacional. Isto exige a proteção, promoção e desenvolvimento da produção nacional e também a recuperação de importantes realizações na segurança agrícola e alimentar, respondendo aos interesses dos produtores e as demandas das massas. Este objetivo pode ser alcançado pela quebra completa das políticas econômicas liberais e sua sbstituição por políticas do Estado com impacto social. Isso significa fortalecer o Estado e o setor público nas principais áreas econômicas, a fim de desenvolver a produção nacional em geral, melhorando o padrão de vida das massas. O papel do Estado é essencial para atender às necessidades básicas dos cidadãos e para apoiar e proteger os ramos produtivos básicos da indústria e da agricultura. Tudo isto levará a uma reconstrução eficiente, equilibrada e integrada.
Sobre o que foi anunciado para ativar o processo anticorrupção, queremos nos referir principalmente ao saque do Estado e do povo juntos pela burguesia parasitária e pela burguesia burocrática. O Comitê Central acredita que, para que o processo anticorrupção seja efetivo, deve ser abrangente e dirigido principalmente contra a burguesia compradora, intermediários, corretores, especuladores e representantes de interesses de capital estrangeiro, bem como seus parceiros no governo.
Na sua consideração da situação internacional, o Comitê Central considerou que os choques econômicos e políticos entre os principais centros imperialistas são contínuos e profundos. Esses confrontos geralmente assumem a forma de conflito armado, geralmente por meio de agentes e, às vezes, de intervenção militar direta. Apesar das inúmeras reuniões de alto nível no cenário internacional, as contradições fundamentais entre os principais atores internacionais estão se aprofundando. Neste contexto, a política do imperialismo dos EUA assume uma posição particularmente perigosa. Foi anunciado pelos círculos do governo americano que o principal inimigo dos Estados Unidos é a República Popular da China, que é o principal rival econômico dos Estados Unidos. Ambas as partes trocaram medidas discriminatórias na esfera econômica em geral e no campo comercial em particular. Novas sanções dos EUA também foram aplicadas contra a Rússia, que é classificada como a inimiga número 2 da administração dos EUA. Há também tensões sérias e declaradas entre o imperialismo dos EUA e o imperialismo da Europa Ocidental. Os Estados Unidos também estão lançando um enorme ataque multifacetado na América Latina para trazê-lo de volta ao seu “quintal”, e também está pressionando mais o Irã, uma pressão que enfrenta forte resistência. Muitos centros imperialistas continuam a exercer pressão sobre as massas trabalhadoras para eliminar todos os ganhos obtidos pela longa e teimosa luta daqueles que trabalharam nesses centros durante o século XX.
Todos estes fatores carregam nas suas marcas o confronto no contexto das contradições imperialistas, bem como na contradição entre o trabalho e o capital e na contradição entre os centros imperialistas e os movimentos de libertação nacional nos estados capitalistas. Neste contexto está a resistência da Síria e seus aliados para o ataque sionista imperialista, assim como a guerra de libertação nacional liderada pelo povo iemenita contra a agressão de agentes coloniais como a Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e alguns regimes mercenários. A luta das facções do Movimento de Libertação Nacional Árabe é uma contribuição subjetiva para a libertação e a luta revolucionária dos povos do mundo contra o imperialismo. Na visão do Comitê Central, a luta contra os regimes que são agentes do imperialismo em nossa região é uma tarefa nacional importante. Especialmente, se as conquistas do movimento de libertação nacional aumentarem, a fragilidade dos regimes fantoches se tornará mais clara.
O Comitê Central denunciou ainda a decisão do Knesset Sionista de declarar o caráter judaico de seu estado. Esta declaração é mais uma prova de que o “Israel Sionista” é uma entidade racista expansionista baseada na discriminação e opressão do povo árabe palestino e na constante agressão contra sua vizinhança. Este procedimento permitiu assegurar a compatibilidade da forma com o conteúdo. Isso quer dizer que o “Israel sionista”, em todas as suas características, tornou-se, como a África do Sul em meados do século passado, um Estado de discriminação racial inequívoca.