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Diário Liberdade
Quinta, 05 Mai 2016 21:23 Última modificação em Terça, 10 Mai 2016 14:54

Carlos, feliz aniversário

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/ Batalha de ideias / Fonte: IELA

[Elaine Tavares] Quem poderia supor que da fria Alemanha sairia um pensamento que incendiaria o mundo? Um pensar que, aparentemente, não era nada demais.

Apenas fruto do trabalho de um homem que decidiu olhar as coisas para além da aparência. Um homem que ousou tirar o véu que cobria toda a “sujeira” produzida pelo capitalismo nascente.

De profissão jornalista, ele aprendeu a narrar a vida das gentes com a profundidade que só se consegue quando se contextualiza os fatos. E, ao desvelar o martírio dos trabalhadores e dos camponeses diante do avanço das forças que produziam o capitalismo, acabou abrindo um caminho até então não trilhado. Enquanto os filósofos buscavam compreender o mundo, ele tratou de oferecer as ferramentas para que toda aquela dor fosse transformada em beleza.

Seu nome: Karl Marx, ou Carlos, se fosse possível traduzir, aproximando-o um pouco mais de nosso mundo. Nasceu num 05 de maio, do ano de 1818, em Tréveris, na antiga Prússia, terceiro filho de uma família judaica abastada, num dia claro e cálido. Hoje somam 198 anos desde aquela especial manhã.

Sua grande obra filosófica, econômica, política e cultural vive e reverbera até nossos dias, configurando foice e martelo, ferramentas de trabalhador – do campo e da cidade – que, consubstanciadas em palavras, mudam o mundo. Há quem não goste desse apaixonante Carlos, mas, é talvez porque sabem que ele conseguiu a proeza de revelar o segredo que os graúdos, donos do capital, insistem em manter fechado a sete chaves. Ele mostrou de que é feito esse barco furado do capitalismo. Ele conheceu a estrutura, as vísceras, a musculatura, o todo. Poderia ter ficado só nisso, mas não. Ele aliou suas descobertas intelectuais com a luta dos trabalhadores, ele mesmo um de nós.

Depois de Carlos já não era mais possível viver como antes. Descortinadas todas as maldades que gestaram e mantém o sistema capitalista, aos trabalhadores só restou a opção de romper os grilhões. Uma luta que ainda caminha, lenta, mas inexorável. Como diz o velho provérbio japonês: devagar, devagar, o caramujo sobe o Monte Fuji.

Chegaremos!!! Para isso basta que cada trabalhador tire um tempinho na vida para ler o penúltimo texto do Capital, o XXIV, que trata da acumulação primitiva. Depois dessa leitura ninguém mais permanece o mesmo.

Feliz aniversário, Karl Marx. Feliz aniversário, Carlos.

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