Desde o começo dos distúrbios em 9 de julho, mais de 90 pessoas morreram e umas 10 mil ficaram feridas no único território de maioria muçulmana nesta nação. Nas últimas horas a tensão escalou ali depois da morte de um jovem de 13 anos, ferido na sexta-feira pelas forças de segurança índianas que tentavam dispersar aos manifestantes.
Os protestos começaram um dia após a morte em um confronto armado de Burhan Wani, comandante da organização radical Hizbul Mujahideen, acusada pelas autoridades de cometer numerosos atos terroristas.
Desde então, a vida nesse estado está paralisada pelo fechamento de escolas, negócios e escritórios governamentais, bem como pela suspensão do transporte público que provocou o desabastecimento de produtos básicos.
A eles se somam as consideráveis perdas econômicas, em especial no setor agrícola.
Os chamados à concórdia e as ações do primeiro-ministro Narendra Modi caíram frente a negativa dos dirigentes separatistas de se reunir com uma delegação nacional integrada por 30 dos políticos de 20 partidos, tanto do executivo como da oposição.
A crise transcendeu as fronteiras pelo envolvimento do Paquistão, país que mantém um grande desentendimento com a Índia pela Cachemira desde a independência de ambas as nações em 1947.
As tensões bilaterais, sempre presentes, escalaram depois do respaldo 'moral e diplomata' de Islamabad aos manifestantes e suas denúncias contra seu vizinho pela repressão em 'a Caxemira ocupada'.
Nova Delhi, por sua vez, acusou Islamabad de ingerência em seus assuntos internos e de apoiar a terroristas.
O conflito bilateral aumentou, ainda mais, em 18 de setembro, quando um comando de insurgentes provenientes do Paquistão assaltou uma base militar indiana na localidade de Uri, uma ação que causou a morte de 19 soldados.
Em resposta, o exército executou 'ataques cirúrgicos' contra supostos acampamentos de milicianos no outro lado da fronteira.