Desde quarta-feira que mais de 1500 delegados e convidados, representando 111 países dos cinco continentes, estão reunidos no Centro Internacional de Convenções Inkosi Albert Luthuli, em Durban.
O lema «Luta, Internacionalismo e Unidade» dá o mote à iniciativa, complementado pelo grande tema «Vamos à luta pela realização dos trabalhadores e trabalhadoras, contra o desemprego a guerra e a pobreza gerada pela barbárie capitalista».
Na abertura, o grego George Mavrikos, secretário-geral da FSM, saudou os 71 anos da Federação e sublinhou os eixos do Congresso, lembrando que a FSM representa hoje cerca de 92 milhões de trabalhadores no mundo e que a estrutura sindical é orientada pelo «classismo, pelo internacionalismo e pela luta da classe trabalhadora».
O Congresso da FSM é um momento de definição de acções comuns e convergentes do movimento sindical de todo o mundo, na defesa dos interesses de classe dos trabalhadores, bem como de medidas para o reforço da intervenção da organização, da sua direcção e estrutura, tendo em vista ampliar a sua implantação, influência e prestígio ao nível nacional, regional e mundial.
O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, também esteve presente na abertura desta iniciativa e recordou que os trabalhadores «enfrentam uma luta mundial para responder à crise do capitalismo global».
«Não é um exagero dizer que a desigualdade e a exclusão económica mundial se transformaram numa séria ameaça para a paz mundial, a estabilidade e o desenvolvimento económico», sublinhou Zuma.
O presidente sul-africano apelou à união dos trabalhadores para «responder eficazmente ao desafio do desemprego, da desigualdade e da pobreza no mundo, especialmente na África».
A CGTP-IN também marcou presença no congresso. O seu secretário-geral, Arménio Carlos, afirmou na tribuna do encontro que «é preciso que o movimento sindical junte forças e vontades, reforce a denúncia e sensibilize os trabalhadores e a opinião pública para a necessidade de se combater a política de agressão e ingerência dos EUA, da NATO e de alguns Estados da União Europeia em várias regiões do Norte de África, do Médio Oriente, da América Latina e do Leste da Europa».
Quanto à situação portuguesa, o dirigente sindical afirma que «é preciso ir mais longe, confrontando as pressões externas e internas do capital, que não aceita nem perdoa a ousadia de um povo que assumiu combater e romper com a política de exploração e empobrecimento», avisando que «o governo português tem de respeitar a vontade soberana do povo» e sublinhando que o país não pode continuar a ser massacrado com uma dívida impagável que o condena à dependência externa e impede o seu desenvolvimento».
Organizado pelo Congresso dos Sindicatos da África do Sul (Cosatu), o evento reconhece o papel e a combatividade das lutas sindicais neste país ao longo de sua história.