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Diário Liberdade
Sábado, 14 Mai 2016 07:59 Última modificação em Quinta, 12 Mai 2016 13:28

Civilização e Progresso; Morte e Decadência

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/ Batalha de ideias / Fonte: JA/DL

[Jean Alves] (...a conciliação entre dois mundos antagônicos,...)

(A imagem nos apossa, sendo que é só algo que os sentidos interpretam.)

(Não há mais caminho que a liberação de toda essa mentira que nos rodeia...)

“Sábia a matilha

que aproveita

o descanso.”

É perceptível a semelhança de vários conceitos em diversxs autorxs consideradxs subversivxs. Também fica cada vez mais explícita a ideia de que devemos ter e possibilitar outras formas de vida, de viver. A civilização (vinda da Europa) impôs-se como a única forma de viver. Desconsideraram os problemas sociais em nome de um bem maior, o progresso. O desenvolvimento de algo pode introduzir diversas consequências a médio, curto ou longo prazo. Os povos nativos (os conhecidos pelo menos) que desenvolveram uma civilização (Uma sociedade complexa com instituições, classes, populações em massa, etc), seja os maias, os olmecas, o povo de Teotihuacán, os hohokans e os anasazis, apesar de um longo período, abandonaram o que não vinha dando certo. Pois, dividia as pessoas, as reduzia a certos papéis na pirâmide, trazia a morte e a decadência do povo. Apesar de que em alguns povos a chegada dos espanhóis acelerou esse abandono, foi só o estopim de um povo que não via a hora de retornar ao que é chamado de “tribalismo”. Esses povos se distinguem da civilização europeia/ocidental por conseguirem abandonar o que não estava dando certo para seu povo.

Bom, a civilização têm de continuar a qualquer custo só andando pra frente teremos nossas florestas e mares repostos. Só andando pra frente votaremos pra trás como era antigamente. Então, melhoraremos nossas condições no capitalismo, construemos um mundo novo! A revolução! Dizem xs revolucionárixs. Vos pergunto aonde querem chegar xs anarquistas e xs comunistas? Ao chamado tribalismo, ou seja, a organização social dos povos nativos. Que são bem omitidxs em seus congresso e reuniões. Se debate sobre comunas e anarcoprimitivismo, mas não sobre as organizações que viveram em harmonia com mãe-terra, a essência de nossa existência. Devemos aprender com quem realmente conhece a terra e a respeita, os povos nativos, quilombolas. Não há mais caminho que a liberação de toda essa mentira que nos rodeia, o simbólico,os códigos, nós é concebido como inerente ao ser humano, como o tudo,sendo que é um nada. Não conseguimos ser nada, só ter um modo de ser que o Espetáculo nos proporciona. A imagem nos apossa, sendo que é só algo que os sentidos interpretam. A realidade se diluiu na imagem, nos códigos, no abstrato, signos, convenções, violentando o sentido substancial.

O privilégio de desfrutar constantemente novas tecnologias, os “triunfos” que a civilização conquista a cada década, de ter conforto, de viver bem mesmo com um leve incomodo de o mundo estar decadente, é, pois um obstáculo a sobrevivência da mãe-terra.Essa classe chamada burguesia seja da direita ou da esquerda, ou seja, da política que a conciliação entre dois mundos antagônicos, querem uma bela visão do alto do seu terraço e em sua piscina de mármore. Na rua, na vida real deparam com “incômodos” constantemente que os causam certa agonia. Medo,insegurança, esse é o motivo da recusa a abandonar a civilização.

Enquanto que te pergunto quem são xs moradorxs da periferia? Povos que sempre foram forçados a lidar e se adaptar as adversidades que as circunstâncias lhe impuseram. Logo, apesar de uma primeira recusa por estarem inundado na cultura a abandonar a civilização, essa população fruto de nativxs-quilombolas,são muito suscetíveis ao abandono da mesma. Abandonadxs ao mundo branco após a abolição da escravidão foram construindo tuas vidas à margem, mas ainda submetidas à civilização. Sendo que eram somente submetidas anteriormente a terra. O que poderia dar vida e manter a um povo totalmente antagônico a civilização. A civilização foi assentada sobre a propriedade privada. Piva-se a terra, logo (posteriormente) priva-se tudo. Privadxs de tudo sentimo-nos inseguros, portanto vulneráveis ao aliciamento. O medo nos torna impotentes e a rotina nos engole. A propriedade é uma farsa e a insegurança é inerente a todxs os seres vivos. Nossa mãe é a terra, a natureza, não podemos e não vamos superá-lá nunca. Achamos que somos superiores a ela, que os animais não se assemelham a nos, queremos transgredir as leis da natureza. A civilização acha que conseguiu fazer isso, mas a insegurança continua em todos os povos só que de forma diferente. Fugimos da insegurança que a mata trazia, para a insegurança que a metrópole nos traz hoje. A diferença é que a insegurança das matas era resolvida a curto e médio prazo, enquanto que a da cidade não é resolvida NUNCA.

A comunidade então deve se apoiar para satisfazer as inseguranças de cada individuo, ou seja, da comunidade para viver em harmonia entre e com si próprixs.

“Sábia a matilha

que aproveita

o descanso.”

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