Na Bulgária, o candidato independente Rumen Radev foi eleito presidente do país com 58% dos votos, derrotando a candidata governista Tsetska Tsacheva.
Radev, um ex-comandante da Força Aérea, teve apoio do Partido Socialista Búlgaro (antigo Partido Comunista). Ele defende uma reaproximação com a Rússia, o fim das sanções da União Europeia contra Moscou e reconhece a legitimidade de anexação da Crimeia por parte do país eurasiático. Contudo, não considera a saída da Bulgária da UE nem da OTAN.
Sua rival, derrotada, defendia a manutenção da orientação pró-Ocidente do país e parte de sua campanha foi baseada em ataques ao passado do Partido Socialista. Alertou o eleitorado para uma volta ao “totalitarismo comunista”, uma retórica que se mostrou ineficaz.
Até porque o país não vive seus melhores dias. Reformas impopulares realizadas pelo governo não foram suficientes para combater a corrupção e a ineficiência dos serviços públicos. O primeiro-ministro, Boiko Borisov, que já vinha sofrendo com a falta de apoio da população, anunciou após a vitória da oposição no executivo que deixará seu cargo nos próximos dias.
Por outro lado, na Moldávia, ex-república soviética, o candidato do Partido Socialista, Igor Dodon, saiu-se vencedor das eleições presidenciais deste domingo, ao receber 52,18% dos votos. Já havia vencido o primeiro turno, em 6 de novembro, com 48,98% dos votos.
Sua adversária era a líder do Partido Ação e Solidariedade, Maia Sandu, que fez coligação com partidos pró-Ocidente. Ela foi ministra da Educação e estudou nos EUA, além de ter trabalhado no Banco Mundial.
Dodon já havia anunciado que, se fosse eleito, sua primeira viagem internacional seria de visita à Moscou, onde assinaria acordos de desenvolvimento e parceria estratégica com a Rússia e de cooperação política, social e econômica. Também prometeu uma aproximação comum com a Rússia em relação à região da Transnístria e a não adesão à OTAN.
A Transnístria é uma região que declarou independência unilateral da Moldávia em 1990, no rastro dos movimentos separatistas na União Soviética. Na fronteira com a Ucrânia, sua população é composta majoritariamente por russos e ucranianos (60%) e conta com suas principais instalações governamentais remanescentes da época soviética. Cerca de 400 militares russos servem em uma missão conjunta de paz na região.
A Moldávia vive uma grave crise econômica desde 2009, quando a coalizão pró-Ocidente tomou o poder e adotou uma gestão que aumentou os índices de corrupção. Segundo a agência TASS, especialistas acreditam que a eleição de Dodon deve ser o início da estabilização do país.
Essas foram as primeiras eleições populares no país em 20 anos. Nesse período, o parlamento escolhia o presidente da República, que é o chefe de Estado do país, enquanto o primeiro-ministro é o chefe de governo. Na Bulgária, o sistema político também é esse.