Qual era o grande objetivo dos participantes?
Seguindo o exemplo de Elon Musk e sua colonização de Marte, ou do envelhecimento revertido de Peter Thiel ou do projeto de Sam Altman e Ray Kurzweil de baixar suas mentes em supercomputadores, preparavam-se para um futuro digital que tinha muito mais a ver com a intenção de transcender a condição humana e se proteger do perigo real e presente da mudança climática, o aumento dos níveis do mar, os grandes fluxos migratórios, as pandemias globais, o pânico nacionalista ou o esgotamento dos recursos, do que com a construção de um mundo melhor. Para eles, o futuro da tecnologia na realidade consiste em uma coisa: a capacidade de fuga.
Para eles, diz Rushkoff, “a evolução humana reduziu-se a um videogame, no qual ganha a partida quem encontrar a janela de saída, levando junto com eles seus melhores amigos: Musk, Bezos, Thiel, Zuckerberg...”
Esse corja parasita quer simplesmente deixar para trás o planeta, seus bilhões de pobres e remediados, e imensos problemas, muitos dos quais causados ou agravados por ela própria.
Rushkoff acerta ao dizer que “a condição humana não tem a ver com a sobrevivência ou saída individual. É um esporte de equipe. Qualquer que seja o futuro que aguarda a humanidade, afetará a todos nós”.
Mas bem que poderíamos sabotar essa Arca de Noé deles só pra vê-los afundar em pleno dilúvio.
Fonte: Pílulas Diárias.