Ecos de falsos suicídios e manchetes sobre listas ampliadas de mortos tiveram grande repercussão na comunicação social, causando grande indignação mesmo até entre muitos dos que ainda acreditavam na independência e seriedade de órgãos da comunicação social como o Expresso do dr. Balsemão. Já não falamos sequer de notícias veiculadas por pasquins como o CM, SOL ou i.
Sobre as duras críticas a algum do tratamento jornalístico dado a estes acontecimentos, Filipe Santos Costa, indignado, fala de ódio ao jornalismo livre e dá como exemplos desse ódio os ataques ao Expresso e ao Observador. Como se um Ricardo Costa, um Bernardo Ferrão, um Henrique Raposo ou um José Gomes Ferreira, dirigentes e colaboradores daquele grupo, fossem um exemplo de jornalismo minimamente sério, dignos de ser defendidos! E, do Observador, basta consultar a lista de colaboradores deste órgão para ficarmos conversados sobre a isenção desta gente. Lá encontramos, entre outros: José Manuel Fernandes, Alberto Gonçalves, Portacarrero de Almada ou Helena Matos. Enfim, o jornalista Filipe Santos Costa defende mal as suas damas, oferecendo maus exemplos de isenção jornalística.
Nalgum tipo de tratamento jornalístico dado ao caso de Pedrógão Grande (independentemente das responsabilidades objectivas dos dirigentes do actual sistema económico e político português) misturou-se uma espécie de concurso de audiências com o ódio visceral à “geringonça”, simultaneamente com a obrigação dos jornalistas entregarem lucro ao patronato. Certamente que o dr. Balsemão, assim como os outros capitalistas e os grupos económicos detentores dos chamados órgãos de comunicação social, não são beneméritos que andem a gastar dinheiro e a pagar salários para termos um jornalismo livre e independente. A informação e as opiniões veiculadas pelos média do sistema são, em geral, marcadas pelas classes dominantes. A ingenuidade devia ter limites, pois a má-fé não tem!