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Diário Liberdade
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Sábado, 21 Julho 2018 15:12 Última modificação em Quinta, 26 Julho 2018 20:15

Lembrança de José Hipólito Santos, antifascista português falecido no passado mês de dezembro

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País: Portugal / Antifascismo e anti-racismo / Fonte: Diário Liberdade

A notícia só foi pública recentemente, mas o falecimento de José Hipólito dos Santos aconteceu a 12 de dezembro de 2017.

O Diário Liberdade já tinha publicado uma entrevista em profundidade com este velho militante anti-Salazarista, militante libertário na LUAR.

Reproduzimos a biografia publicada no site da Cooperativa Seies:

José Hipólito dos Santos, nasceu no Porto em 1932. Começa a trabalhar cedo, ainda estudante, ligando-se nessa época a grupos de jovens oposicionistas. Nos anos 50, enquanto cumpre o serviço militar em Lisboa, frequenta a casa de António Sérgio, envolvendo-se no MUDE participa na cooperativa Fraternidade Operária/Ateneu Cooperativo, da qual foi dirigente, onde conhece militantes anarquistas e sindicalistas, entre os quais Emídio Santana, Germinal de Sousa, Moisés da Silva Ramos e José de Sousa.

Redator da Seara Nova e cadernos de Circunstância, em 1957 colabora na campanha de Humberto Delgado. Após terminar o curso de Económicas, vai trabalhar para a CUF mantendo uma ativa militância antifascista que o leva a associar-se ao Movimento da Sé e a participar no Golpe de Beja. Em consequência dessa atividade, Hipólito dos Santos é preso em 1962. Libertado sob caução, depois de 18 meses de prisão, exila-se em França e depois na Argélia onde se envolve na criação do MAR.

Em 1967, ruma a França onde se inscreve num doutoramento e se envolve nas contestações do Maio de 68. Ainda nesse ano, adere à LUAR, organização que vem a deixar em 1970. É professor universitário em Paris VIII e XIII.

Em 1974, após a queda da ditadura, é reintegrado na CUF e é professor universitário no ISEG e no ISPA, tornando-se também presidente da Associação dos Inquilinos Lisbonenses e participando ativamente dos movimentos de moradores que vieram a marcar as lutas sociais desse período. Em finais do mesmo ano, adere ao PRP-BR, cuja direção passa a integrar no ano seguinte, mas da qual se demite no início de 1978 por desacordo com a orientação política da organização.

A partir de 1980, após fundar a cooperativa SEIES, trabalha em diversos projetos de cooperação em Moçambique, na Mauritânia, na Nicarágua, na Guiné Bissau e em São Tomé e Príncipe, no quadro das Nações Unidas e OIT.

Membro de redes como a Aliança Para Um Mundo Responsável, Plural e Solidário, e Démocratiser Radicalement la Démocratie. Participante no Congresso Mundial de Cidadãos (2001).

José Hipólito dos Santos é autor, entre outros, dos livros “O Desenvolvimento e a Mulher: Um Outro Mundo é Possível” (2003); “Maneiras Cooperativas de Pensar e Agir: Contributo para a História do Cooperativismo” (2009); “Felizmente Houve a LUAR” (2011); “Revolta de Beja” (2012) e “Sem Mestres, nem Chefes, O Povo Tomou a rua: Luta dos Moradores no Pós-25 de Abril” (2014).

Recomendamos também reler a entrevista que o próprio José HIpólito Santos deu ao Diário Liberdade, realizada polo companheiro João Aveledo, e que pode ser consultada no link seguinte:

Entrevista a José Hipólito Santos, democrata português e lutador contra o salazarismo

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