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Quinta, 28 Abril 2016 17:35

Comemorar o 25 de Abril: A unidade do povo não é a “unidade dos portugueses”

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País: Portugal / Batalha de ideias / Fonte: O Diário

As comemorações populares do 25 de Abril tiveram mais uma vez uma impressionante expressão de massas. Quando se pensa na distância – que não é apenas temporal – que nos separa daquele espantoso dia de 1974, essa dimensão ganha um significado acrescido.

As gerações posteriores a esse Abril singular são hoje maioritárias a todos os níveis das comemorações: as da rua e as institucionais. O espírito e o valor histórico, político, social e moral de Abril há muito que está enraizado no povo e não poderá nunca ser erradicado.

O ambiente foi de reivindicação e combatividade, mas também de alguma descompressão. Há apenas um ano Cavaco ocupava a Presidência, o PSD e o CDS assumiam o governo. A diferença para a situação actual, não sendo grande, é significativa. Mas esta não só não dispensa como exige o prosseguimento e a intensificação da luta dos trabalhadores e do povo, porque o quadro actual, se contém potencialidades, contém igualmente sérios riscos. E os trabalhadores e o povo sabem bem que, na sociedade dividida em classes antagónicas, nada está definitivamente adquirido, nada poderá substituir – e nada deverá interromper – a sua luta colectiva.

Um ambiente de descompressão não será necessariamente negativo, desde que nunca se percam de vista algumas armadilhas. Duas delas foram ouvidas em discursos na Assembleia da República: a armadilha da “unidade dos portugueses”, a armadilha dos “consensos”. E elas surgiram não apenas no discurso de Marcelo Rebelo de Sousa mas também no de Ferro Rodrigues. Foi este, aliás, quem foi mais longe na fórmula, apelando a que, em relação à “Europa”, se falasse “a uma só voz”.

Referindo-se a uma Europa mítica, “farol dos direitos humanos”, mas querendo obviamente referir-se a esta UE, a Europa dos monopólios que, não coincidindo sequer geograficamente com a Europa, ainda menos corresponde (ou correspondeu alguma vez) a um “farol dos direitos humanos”. Marcelo falou da “unidade essencial dos portugueses”. Mais: que essa unidade seria até fruto da violência dos roubos e da violência social de anos de política de direita, agravados com os pacotes da “austeridade”. E, nesse aspecto, tem o PR razão. Mas não é uma “unidade dos portugueses”, é a unidade da maioria dos portugueses contra a exploração e o empobrecimento que lhes são impostos por outros portugueses.

A madrugada de Abril e os inesquecíveis meses que lhe seguiram assentaram numa amplíssima unidade. Unidade dos trabalhadores e do povo, para arredar do poder uma insignificante minoria que os oprimia, explorava e condenava à dependência e ao atraso. É essa, ainda hoje, a unidade essencial dos portugueses. Alguns, relativamente poucos, são dela necessariamente excluídos. Não do país, claro. Apenas do caminho de Abril.

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