No entanto, no que diz respeito aos trabalhadores com baixos rendimentos, a carga fiscal sobre o trabalho "baixou ligeiramente" entre os países da OCDE, uma redução que acabou por ser pequena, por ter sido anulada pelo aumento num conjunto de países, que Portugal lidera.
Líder no aumento de impostos
De acordo com aquela organização, o aumento da carga fiscal para os trabalhadores com baixos rendimentos cresceu perto de 1,5% em Portugal entre 2014 e 2015, liderando a tabela, enquanto na Áustria que registou a segunda maior subida – ficou perto de 1% – e no Luxemburgo, com a terceira maior subida, esta situou-se pouco acima de 0,5%.
"O aumento da carga fiscal sobre os trabalhadores com baixos rendimentos foi particularmente elevado em Portugal, onde o sistema de crédito fiscal foi tornado menos progressivo", refere o relatório daquela organização.
Recorde-se que no Orçamento do Estado para 2015, o governo de Passos Coelho e Paulo Portas manteve a sobretaxa de 3,5% em sede de IRS aplicada a montantes de rendimento que excedessem o salário mínimo nacional, tendo introduzido um crédito fiscal que permitiria desagravar, parcial ou totalmente, a coleta da sobretaxa referente ao ano de 2015. Mas essa promessa de crédito fiscal serviu apenas de argumento para a campanha eleitoral desse ano, não tendo devolvido nem um cêntimo aos contribuintes.