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Quarta, 11 Mai 2016 15:41 Última modificação em Sexta, 13 Mai 2016 12:59

Dois vigaristas sem vergonha (e um “ingénuo”)

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País: Portugal / Direitos nacionais e imperialismo / Fonte: Jornal Mudar de Vida

[Pedro Goulart] Passos Coelho e Durão Barroso são dois dos mais significativos exemplos de dirigentes burgueses, mentirosos e vigaristas, que nos últimos anos governaram o País. Para além dos cínicos e dos tolos, quem ainda leva esta gente a sério?

Passos Coelho, como se não bastassem as mentiras e vigarices de quatro anos de governo, veio agora, a propósito da sua ausência na inauguração do túnel do Marão, afirmar que se fosse primeiro-ministro, “não estaria” na inauguração: “Nunca estive em nenhuma obra de inauguração, nem de estradas, nem de auto-estradas, nem de pontes, nem de coisa nenhuma.” Contudo, os factos contradizem as afirmações de Passos Coelho.

Alguns exemplos:

- em Agosto de 2015, inaugurou a Ponte da Foz do Rio Dão, no IP3, uma obra localizada entre Mortágua e Santa Comba Dão, que custou mais de 10 milhões de euros;
- um mês antes, Passos Coelho presidira à cerimónia de inauguração dos Edifícios Centrais do Parque Tecnológico de Óbidos onde estão instaladas cerca de 60 empresas;
- em Março de 2014, inaugurara a sede da Polícia Judiciária, em Lisboa, e o Centro de Investigação e Desenvolvimento de Jogos Digitais do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, em Barcelos;
- em Setembro de 2014 inaugurou o novo quartel de Estremoz da GNR e em Dezembro marcou presença na inauguração de um novo hospital privado em Vila do Conde.

Durão Barroso e a cimeira das Lajes

Do mesmo modo, Durão Barroso, antigo primeiro-ministro português, de quem conhecemos as habituais manipulações dos factos e da História, e que sabemos ter “visto” as provas da existência de armas de destruição maciça no Iraque, declarou em entrevista ao Expresso que o então presidente da República Jorge Sampaio concordara com a realização da Cimeira das Lajes, em 2003.
“Foi a única pessoa que eu consultei antes de tomar a decisão final. Depois de me ter sido proposto isso pelos outros países”. E o ex-presidente da Comissão Europeia foi mais longe, afirmando que tomou a decisão de avançar para a cimeira “com o apoio do presidente da República de Portugal, que expressamente disse que sim, que concordava”.

Lembramos que em 16 de Março de 2003, se reuniram na base das Lajes, nos Açores, o Presidente norte-americano George W. Bush, o primeiro-ministro britânico Tony Blair, o primeiro-ministro espanhol José Maria Aznar, tendo sido o então primeiro-ministro português, Durão Barroso, o anfitrião. Quatro dias depois, na madrugada de 20 de Março e na sequência da Cimeira das Lajes, tinha início a criminosa invasão militar do Iraque.

Sampaio desmente

Mas Jorge Sampaio, em entrevista ao Público, procura desmentir a “memória selectiva” de Durão Barroso, assim como os objectivos da Cimeira das Lajes avançados pelo então primeiro-ministro, recordando o telefonema que recebeu deste “pelas sete da manhã do dia 14 de Março” de 2003, em que lhe pediu “uma reunião de urgência”.

“Para minha estupefacção”, diz Sampaio, “tratava-se de me informar que [Durão Barroso] havia sido consultado sobre a realização de uma cimeira nos Açores, essa mesma que, nesse mesmo dia, a Casa Branca viria a anunciar para 16 de Março, daí a pouco mais de 48 horas”.
E o antigo Presidente da República, acrescenta que “não é preciso ser-se perito em relações internacionais para se perceber que eventos deste tipo não se organizam num abrir e fechar de olhos”.
Sampaio afirma ainda que “nada teria a opor” à Cimeira das Lajes, se se verificassem os pressupostos de que Durão Barroso lhe tinha dado conta: “Transmiti claramente que, tratando-se, como o meu interlocutor afiançava, de uma derradeira e essencial tentativa para a paz e evitar a guerra no Iraque, nada teria a opor”.

Só um ingénuo...

Não restando dúvidas de que Durão Barroso tenta pintar o quadro da forma que melhor lhe convém, também é bom de ver que só um ingénuo arredado dos factos admitiria que a cimeira dos Açores poderia ser uma tentativa “para evitar a guerra” — quando toda a comunicação social, para não falar nos canais diplomáticos que Sampaio bem conhecia, noticiava os preparativos para o ataque militar.
As hesitações e ambiguidades de Sampaio ao longo de todo o processo de preparação da guerra acabaram, na prática, por dar o aval político do presidente da República à invasão do Iraque. São estas fraquezas que Barroso explora ao tentar fazer de Sampaio seu cúmplice.

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