A posse de Baciro Djá acontece neste momento, o que aumenta a tensão na capital guineense, onde se nota uma forte presença militar e uma elevada tensão.
Os membros do Governo demitido, por seu lado, encontram-se desde ontem no Palácio do Governo e de lá não pretendem sair, segundo fontes do Executivo afastado por José Mário Vaz.
A Guarda Nacional e a Polícia de Intervenção Rápida, muito bem armadas, protegem o Palácio do Governo, cujos ministros demitidos reuniram-se no final da manhã com representantes da comunidade internacional.
O acesso à sede do PAIGC, próxima ao Palácio da República, também está bloqueado, o que obrigou os dirigentes do partido a reunirem-se noutro local.
Ainda hoje é esperada uma manifestação do PAIGC, cujo presidente Domingos Simões Pereira deve regressar dentro de momentos do Senegal, aonde se deslocou para se reunir com o Presidente Macky Sall.
Ontem, a pedido do Senegal, actualmente membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, aquele órgão ouviu o assistente do secretário-geral para Assuntos Políticos, Tayé-Brook Zerihoun, sobre a situação na Guiné-Bissau, numa reunião à porta fechada em Nova Iorque.
Noite de quinta-feira agitada
Também ontem à noite, 26, a Polícia de Ordem Pública e a Polícia Militar foram chamadas para conter dezenas de apoiantes do PAIGC que se deslocaram ao Palácio da República depois de José Mário Vaz ter publicado o decreto-presidencial 2/2016, que nomeia Baciro Djá, terceiro vice-presidente do partido dos libertadores mas expulso depois de ter votado, juntamente com mais 14 “camaradas”, contra o Programa do Governo de Carlos Correia, em Dezembro passado.
Os manifestantes atiraram pedras contra o Palácio e atearam fogo a alguns pneus, tendo as forças de segurança respondido com gás lacrimogéneo para afastar as pessoas do local.
Após algumas escaramuças, a situação ficou mais calma, embora tensa.