O governo mantinha escondido mais de um bilhão de dólares da dívida externa, revelados na última semana pelas autoridades moçambicanas. O FMI (Fundo Monetário Internacional) afirmou após reunião com os representantes do governo que vai “continuar a trabalhar em conjunto”.
Com essas revelações, a pressão dos credores aumenta ainda mais sobre o governo, que vem acumulando grandes montantes de dívida externa, sem, no entanto, deixar de pagá-las. Por isso o FMI já manifestou sua confiança no pagamento das dívidas.
No entanto, como sempre acontece, o peso da dívida imperialista recai sobre a classe trabalhadora. Entidades operárias estão se mobilizando para denunciar a situação e exigir que o povo não pode pagar por uma dívida que ele não contraiu.
“Este assunto nos preocupa também porque uma dívida elevada pode levar também a problemas enormes para as nossas vidas, para todos nós”, afirmou o secretário-geral da Central Sindical OTM (Organização dos Trabalhadores Moçambicanos) à RFI.
Está sendo organizada para o final deste mês uma manifestação popular contra esta dívida. A marcha foi marcada pelas redes sociais.
Entretanto, como bom capacho dos bancos e demais entidades imperialistas, o Estado já avisou que não tolerará manifestações desse tipo. “A polícia está pronta para reprimir qualquer manifestação ilegal que possa pôr em causa a ordem pública”, ameaçou o porta-voz da polícia de Maputo, Orlando Modumane.