A mais nova ação da oposição, liderada pela coalizão de direita MUD (Mesa de Unidade Democrática), é a votação na Assembleia Nacional, de maioria opositora, da deposição dos juízes do Tribunal Superior de Justiça, que aprovou na última semana assumir algumas funções do legislativo por este ter desacatado há mais de um ano a Constuitição da Venezuela.
#EnFotos ?|| Trabajadores @MinPetroleoVE se concentran en Plaza Morelos para movilizarse en defensa de la Patria #PuebloYFANBLealtadAbsoluta pic.twitter.com/9rAAwFHX2T
— VTV CANAL 8 (@VTVcanal8) 6 de abril de 2017
Entretando, ainda na semana passada, o TSJ voltou atrás em sua decisão, pressionado pela mídia internacional e por governos estrangeiros, que haviam considerado a medida um golpe de Estado de Maduro, apesar de o próprio presidente ter criticado a decisão do Judiciário.
Após as eleições legislativas de 2015, três deputados opositores foram flagrados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) obtendo vantagens ilegais na soma dos votos. Por isso, o órgão impugnou esses candidatos que, no entanto, desacataram a decisão e assumiram seus mandatos na Assembleia Nacional, dando maioria à oposição na casa. Então, o TSJ considerou a AN em situação de desacato à Constituição, na prática tornando suas decisões inválidas até que os três deputados eleitos fossem removidos e, como isso não ocorreu ainda, a AN continua em descumprimento da Constituição.
Para piorar o que os simpatizantes do governo chamam de insolência, a Assembleia Nacional votou por remover os magistrados que tentaram aplicar a lei contra ela esta semana. Por isso, os movimentos populares saíram novamente às ruas para repudiar as manobras opositoras.
Y en el centro de #Caracas #PuebloYFANBLealtadAbsoluta pic.twitter.com/XMThN5BrEz
— Ernesto Villegas P. (@VillegasPoljak) 6 de abril de 2017
A manifestação dos simpatizantes e militantes bolivarianos desta tarde também exige o fim das intromissões da OEA (Organização dos Estados Americanos), que por meio de seu secretário-geral, Luis Almagro, e de governos como os de Brasil, Argentina, Paraguai, México e EUA busca excluir a Venezuela até que haja eleições presidenciais antecipadas, embora os argumentos não encontrem respaldo nas normas da organização. A manipulação da mídia internacional também é foco dos protestos populares.
Outro fato rechaçado na mobilização desta quinta é a violência com a qual apoiadores da oposição de direita vêm atuando em suas manifestações. A última delas, na terça-feira (04), causou ferimentos a policiais e ofensas racistas e classistas às classes populares beneficiadas pelas políticas chavistas.
A oposição também realiza paralelamente uma manifestação em Caracas, e alguns movimentos sociais e políticos chavistas denunciam que os organizadores da marcha opositora buscam novos focos de violência e enfrentamentos com a polícia e os manifestantes pró-governo que se reúnem na capital venezuelana.
De fato, a mobilização opositora novamente não é marcada pelo pacifismo.
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Na noite desta quarta-feira (05), o deputado e dirigente do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela), Diosdado Cabello, afirmou que a oposição planeja uma nova onda de violência e destruição nos próximos dias para tornar a situação política do país insustentável.