Já no início da madrugada, piquetes foram feitos nas portas das fábricas e locais de trabalho pelos grevistas. Portuários, rodoviários, metroviários, pequenos e médios comerciantes, professores, operários aderiram em massa à greve geral, considerada exitosa.
As ruas de muitas cidades permaneceram vazias durante boa parte do dia, com a paralisação total dos transportes e pouca movimentação. Diversas vias de acesso à Buenos Aires foram obstruídas.
#6A: primer #ParoGeneral contra el Gobierno de Macri en Argentina https://t.co/w6QArawiKl pic.twitter.com/1TRbhX3WHe
— La Izquierda Diario (@izquierdadiario) 6 de abril de 2017
Entretanto, a polícia argentina agiu desde a manhã para desmontar os piquetes e bloqueios de ruas e avenidas pelos manifestantes, que queimaram pneus e permaneceram estacionados protestando.
Bombas de gás lacrimogêneo, cães e jatos d'água foram utilizados pelas forças de segurança para reprimir as manifestações na capital argentina. Dezenas de pessoas se feriram e algumas foram presas.
As ações violentas da polícia foram denunciadas por defensores dos direitos humanos, como o vencedor do Prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel.
Dirigentes de esquerda também denunciaram que a repressão policial veio mesmo depois dos manifestantes aceitarem liberar algumas vias.
Detuvieron a becario del Conicet de La Plata en la Panamericana https://t.co/ZHckBG5TKi pic.twitter.com/xIVGcXP0Ii
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As principais bandeiras de luta deste dia de greve geral foram a exigência por salários dignos, contra o alto índice de desemprego e igualdade para todos e todas.
Desde a chegada de Macri à presidência da Argentina, em 2016, seu governo realizou cortes em áreas como saúde e educação e aumentou o preço do gás, água e energia elétrica em até 300%.
Segundo o jornal Página 12, esta foi a 40ª greve geral desde o fim da última ditadura militar na Argentina, em 1983 (média de uma a cada dez meses).
O MST (Movimento Socialista dos Trabalhadores) convocou uma nova greve geral, por meio de seu dirigente, Alejandro Bodard. "Chamados os trabalhadores a exigirem à CGT e à CTA [Central de Trabalhadores da Argentina] a continuidade da luta contra o ajuste marcando uma data para uma nova greve geral com mobilização até a Praça de Maio", declarou.