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Diário Liberdade
Terça, 11 Abril 2017 14:49 Última modificação em Domingo, 30 Abril 2017 09:15

Venezuelanos se reúnem para lembrar golpe de Estado fracassado de 2002 Destaque

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País: Venezuela / Antifascismo e anti-racismo / Fonte: Diário Liberdade

Nesta terça-feira (11) completam-se 15 anos do golpe de Estado de 2002 contra o ex-presidente Hugo Chávez.

Para recordar a data e rechaçar aqueles acontecimentos, uma multidão de venezuelanos se concentrou na Ponte Llaguno, centro de Caracas, na manhã desta terça.

A manifestação também é realizada para condenar os atos violentos da oposição, que nos últimos dias vem fazendo protestos de rua pela queda do governo de Nicolás Maduro.

Elías Jaua, integrante da Direção do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), declarou na segunda-feira que os eventos de abril de 2002 foram “legitimados pelos mesmos porta-vozes que hoje vemos promovendo as ações terroristas”.

Os protestos recentes da oposição têm deixado pessoas feridas, prédios públicos destruídos e veículos do transporte público incendiados e depredados, além de terem havido ataques a simpatizantes e beneficiários das políticas do governo e também a jornalistas.

Também durante o golpe de Estado falhado em 2002 a oposição civil e militar deixou um rastro de destruição e mortes. Jaua também disse que a manifestação dessa terça “recorda e denuncia o massacre ordenado pelo imperialismo e executado pelos golpistas que hoje formam a mesma Mesa de Unidad (MUD)”, a coalizão opositora.

Ainda para relembrar os acontecimentos de 15 anos atrás, os movimentos sociais organizarão nesta quarta-feira outra concentração na Ponte Llaguno em homenagem aos meios de comunicação populares que informaram o povo a verdade sobre o golpe, que a mídia privada ocultou, possibilitando assim a mobilização das massas para derrotar em poucos dias as ações da oposição.

Na quinta-feira, no mesmo local será realizada uma missa ecumênica para comemorar o dia em que Chávez foi reconduzido à presidência da República. Na semana que vem também haverá mobilizações.

Golpe de 2002

Em 11 de abril de 2002, a oposição convocou uma marcha em Caracas e a desviou em direção ao Palácio de Miraflores, sede da presidência da República. Na Ponte Llaguno, a Polícia Metropolitana (controlada por políticos opositores) disparou contra os manifestantes. Os meios de comunicação privados exibiram o vídeo editado em sua programação, escondendo as imagens que mostravam os policiais e acusaram Hugo Chávez pelo massacre, que deixou 19 mortos.

Ao mesmo tempo, forças de segurança e opositores invadiram as sedes dos canais públicos de televisão e tiraram sua programação do ar.

Militares sequestraram Chávez e o levaram para longe de Caracas. Além do alto escalão das Forças Armadas, também participaram do golpe os políticos opositores, empresários e toda a oligarquia venezuelana, a Igreja e os grandes meios de comunicação, que disseram que Chávez havia renunciado.

Quem assumiu a presidência foi o empresário Pedro Carmona, presidente da Fedecámaras (Federação Venezuela das Câmaras de Comércio), que dissolveu os poderes públicos e anulou a Constituição. Após o fracasso golpista, ficou conhecido como “Pedro, o Breve”.

Comprovou-se também o explícito apoio do governo dos Estados Unidos na tentativa falida de derrubar o governo bolivariano.

No dia 13, informados pelas rádios comunitárias (que eram as únicas que transmitiam notícias confiáveis, já que a mídia privada havia apoiado o golpe e manipulado o noticiário e a mídia pública estava censurada), o povo saiu às ruas. Descendo os morros, provindos da periferia e dos bairros populares, ocuparam as principais avenidas e, aos gritos de “Chávez, amigo, o povo está contigo”, conduziram o presidente eleito novamente para seu cargo, com o apoio de militares dos baixos escalões fiéis à Constituição e ao governo.

Para entender a tentativa de golpe contra Chávez em 2002

"A guerra de Hugo Chávez contra o colonialismo" (Expressão Popular, 2010).

a_guerra_de_hugo_chávez_contra_o_colonialismo.pdf

O livro do italiano Núnzio Renzo Amenta trata dos acontecimentos ocorridos durante as 61 horas, entre as 15h do dia 11 de abril de 2002 – hora em que se iniciou a ação golpista, com o assassinato de inocentes por franco-atiradores patrocinados pela oposição a Chávez – e as 4h da madrugada do dia 14, quando Chávez regressa a Miraflores, o palácio do governo.

Trata também dos fatos que antecederam o golpe e as situações ocorridas nos meses seguintes, até a greve que, de acordo com as intenções da velha classe política, poderia ter provocado o fim do governo Chávez, conseguido, assim, o que eles não conseguiram com o golpe.

Disponibilizamos também para download o livro "Um homem, um povo" (Expressão Popular, 2004). Surgido a partir de uma entrevista de Chávez a Marta Harnecker, o livro traça a trajetória do Comandante da Revolução Bolivariana e o início desse processo, incluindo o golpe de 2002 e seus desdobramentos.

um_homem_um_povo_Hugo_Chávez.pdf

"A Revolução não será televisionada" (Irlanda, 2003) - Documentário de Kim Bartley e Donnacha O'Briainsobre sobre o golpe ocorrido na Venezuela em abril de 2002.

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