"Vamos colocar em marcha uma grande campanha de condenação contra a violência e o ódio. Uma cruzada de reunificação nacional da paz", afirmou durante o programa "Os Domingos com Maduro".
O chefe de Estado fez o chamamento ante a notícia do falecimento do jovem Orlando Figuera, que foi apunhalado e queimado vivo em 20 de maio por "parecer chavista" quando passava perto de uma manifestação da oposição.
Maduro destacou que a Assembleia Nacional Constituinte é a única alternativa democrática para superar a conjuntura política e social que afeta o país. "Eu acredito que o processo histórico em que a Venezuela entrou é irreversível, do ponto de vista da busca da justiça profunda, da paz", refletiu.
O assassinato de Orlando FIguera é o quarto crime de ódio na Venezuela ocorrido nos últimos dois meses.
No dia 19 de abril, Almelina Carrillo, sofreu o impacto de uma garrafa na cabeça, objeto que foi lançado de um edifício na Calendária, quando caminhava perto de uma mobilização de apoio ao governo. Ela morreu dias depois.
Pedro Josué Carrillo, jovem chavista, foi sequestrado e assassinado em Barquisimeto, no estado de Lara, e o militar reformado Danny Suberto foi linchado e assassinado com disparos de arma de fogo quando passava perto de uma manifestação violenta de grupos da oposição.
Dois dias antes do linchamento de Figuera, outro jovem, Carlos Ramírez, também foi atacado e queimado com coquetel molotov por grupos da extrema-direita quando caminhava por Altamira, epicentro das manifestações violentas em Caracas.
Os crimes de ódio acontecem quando se ataca uma pessoa por pertencer a um determinado grupo social, seja por sua condição sexual, religião, identidade de gênero, nível socieconômico, nacionalidade, ideologia ou deficiência.
A mãe de Orlando Figuera, Inês Esparragoza, disse que os dirigentes políticos que justificam, ou através do silêncio complacente permitem estas ações brutais dentro dos grupos que dirigem, devem ser considerados responsáveis.
"Ele foi (Figuera) com uma camisa vermelha pelas adjacências de Chacao e Altamira, e foi aí quando o pegaram. Por que Julio Borges e Henrique Capriles permitem isso?, Quem vou culpar? Foram eles que colocaram gasolina no meu filho como um animal, esses rapazes que estão nessa guarimba. Quem vai responder por meu filho?", denunciou, durante entrevista ao ministro da Comunicação e Informação, Ernesto Villegas, realizada no Hospital Domingo Luciani, onde Figuera foi internado.