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Diário Liberdade
Sexta, 16 Junho 2017 20:35 Última modificação em Terça, 20 Junho 2017 14:38

O status colonial dilacera Porto Rico

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País: Porto Rico / Direitos nacionais e imperialismo / Fonte: Granma

[Nuria Barbosa León] «O modelo de Estado Livre Associado (ELA), imposto a Porto Rico a partir de 1952, começa uma progressiva e profunda crise, agravada por uma dívida pública de mais de US$ 73 bilhões», asseverou ao semanário Granma Internacional o representante da missão desse país em Havana, Edwin González González.

«O modelo de Estado Livre Associado (ELA), imposto a Porto Rico a partir de 1952, começa uma progressiva e profunda crise, agravada por uma dívida pública de mais de US$ 73 bilhões», asseverou ao semanário Granma Internacional o representante da missão desse país em Havana, Edwin González González.

O delegado porto-riquenho alegou que o atual governo da Ilha caribenha reconheceu a impossibilidade de pagar aos credores de Wall Street essa vultosa quantia, devido à inexistência de um fundo público, pois todas as receitas geradas no território passam aos Estados Unidos, em sua condição de metrópole.

Também carecem de soberania política para procurar outras formas financeiras internacionais e tampouco podem declarar-se em falência, como algum Estado da União norte-americana. Porto Rico não faz parte do território dos Estados Unidos e se torna impossível aplicar programas de resgate econômico, como dois exemplos semelhantes que aconteceram nos próprios EUA.

O membro do Movimento Independentista Nacional Hostosiano, assinalou: «Em épocas anteriores o governo dos Estados Unidos assumiu parte da dívida, porque resultava muito interessante mostrar um Porto Rico, com 3,4 milhões de habitantes, como a vitrine do Caribe, que fosse referência para outros países da América Latina. Em nosso país se tentou aplicar o modelo neoliberal estabelecido em várias nações da região».

Para resolver o tema da enorme dívida, em 2016, a Casa Branca nomeou uma Junta de Controle Fiscal, que começará suas funções neste ano, integrada por sete membros e com um poder superior ao governador de Porto Rico. O grupo designado será responsável pela realização de planos de ajuste social para garantir o pagamento aos credores.

Um dos escolhos imposto pela Junta foi a avaliação do orçamento anual da Ilha caribe-nha, com cortes para as universidades e o sistema de pensão dos aposentados. Este tema não foi divulgado totalmente, para não provocar maiores reações de resistência popular, principalmente nos estudantes universitários, os quais recentemente fizeram uma greve durante mais de dois anos, demandando que não fosse privatizado o ensino superior.

Para Edwin González, a Junta deseja reduzir em US$ 500 milhões o orçamento porto-riquenho a partir de julho, pois isso afetará os trabalhadores, em primeiro lugar, os quais não poderão ter acesso aos serviços básicos. Entretanto, serão incontáveis as receitas geradas pelos consórcios e as empresas transnacionais já estabelecidas, a maioria das quais é de capital estadunidense.

«A solução sempre será que Porto Rico se torne independente e soberano», asseverou o militante porto-riquenho. Para isso também será apresentada, em 20 de julho, uma Resolução no Comitê de Descolonização das Nações Unidas com a tentativa de condenar, mais uma vez, a situação colonial da nação.

Nestes últimos dez anos, o projeto perante a ONU sempre foi apresentado por Cuba e recebeu o apoio de quase todos os Estados latino-americanos. Apesar disso, os Estados Unidos se empenham em demonstrar que o caso é um tema interno.

«Esperamos, que novamente a resolução contra o colonialismo seja discutida, mas terá uma novidade, que não pediremos a liberdade do independentista Oscar López Rivera, porque graças à solidariedade nacional e internacional, conseguimos tirá-lo das grades», assinalou Edwin González referindo-se aos mais de 35 anos de cárcere desse patriota, por pretender a independência do país.

Para o entrevistado este quinto referendo sobre o status de Porto Rico, convocado em 11 de junho, não soluciona o tema colonial da Ilha; entretanto, os Estados Unidos se mantêm ausentes a afastados desse processo, quando devem fazer parte ativa. Também, a forma de convocar e formular as perguntas responde mais a uma sondagem estatal.

«Caso vencer a opção pela independência, resulta impossível aplicá-la, porque a metrópole se declarou Não Vinculativa com antecedência», asse-verou Edwin.

Destacou, também, o papel fundamental de Cuba no apoio à liberdade de Porto Rico, que mantém posições dignas e claras no âmbito internacional e se desempenha como a voz dentro das organizações internacionais, como o Movimento dos Países Não Alinhados, a Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) e outras.

Finalizou dizendo: «Com o grande triunfo conseguido após a liberdade de Oscar López Rivera nos enfrentaremos a novas tarefas. Continuará nossa resistência contra as medidas de ajuste econômico, lutaremos até conseguir a independência nacional e porque sejamos os próprios porto-riquenhos, todos juntos, os que determinemos nosso destino e futuro».

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