Durante o programa "Os Domingos com Maduro", transmitido desde Campo de Carabobo, onde aconteceu a batalha que derrotou o império espanhol há 196 anos, o chefe de Estado explicou que estava programada uma série de ações na semana passada para derrubar o governo bolivariano.
A manobra começaria com um cerco contra a Venezuela na sessão do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, e na reunião de chanceleres e posterior Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA). Os resultados das reuniões foram um fracasso para a direita.
Depois, explicou, continuariam as ações criminosas e um massacre, que terminaria no dia 24 de junho com um pronunciamento de altos funcionários da Força Armada Nacional Bolivariana (Fanb) e, em paralelo, ações criminosas nas ruas e em espaços militares e quartéis.
Nesta etapa, um ex-funcionário do governo, de confiança do comandante Hugo Chávez participaria de maneira ativa; para isso manteve reuniões com María Corina Machado, Freddy Guevara e Julio Borges, e também com funcionários da Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos.
"Ele se comprometeu, quando acontecesse o primeiro evento: OEA-ONU, o segundo evento: mortos e violência nas ruas, que começasse um pronunciamento militar e terminasse nesta semana com um levantamento militar ontem 24 de junho em nível nacional. Por isso é que eles convocaram marchas, para ir às portas dos quarteis".
O presidente Maduro disse, no entanto, que "ontem 24 de junho o que houve foi um ato de reafirmação revolucionária da Força Armada Nacional Bolivariana, de reafirmação bolivariana e chavista", evidenciada nas cerimônias de comemoração pela Batalha de Carabobo e do Dia do Exército Bolivariano.
Maduro destacou que a Fanb e seus oficiais continuam sendo o exército do Libertador Simón Bolívar: "É bolivariana. Não é um exército que ocupa, não é um exército gringo, não é um exército ianque. Não".
O presidente venezuelano lamentou que este setor extremista use a vida dos venezuelanos para responder aos interesses do exterior. "Pensavam, em sua loucura, que em poucos dias o favor estaria feito, e para isso precisavam de um massacre e por isso buscaram o maior nível de violência".
O chefe de Estado repudiou que para esse plano se utilize jovens venezuelanos, que, denunciou, são atraídos com dinheiro e droga, como ficou demonstrado em Altamira, município de Chacao onde se mantém o principal foco dessa violência.
São "recrutados com drogas, dinheiro e lhes semearam muito ódio e os colocaram e treinaram para que agridam, queimem e matem. Estão treinados" e tinha a ordem de atacar a população e as bases militares desde a última segunda-feira, disse.
O massacre era parte do plano, por isso lamentou a morte de dois venezuelanos, cujas investigações foram ordenadas pelo presidente para determinar as responsabilidades em ambos os casos.
"Imediatamente ordenei a investigação; ordenei a captura dos responsáveis por utilizar armas de fogo, e ordenei sua entrega para a justiça, para que a justiça faça seu trabalho", destacou, acrescentando que "é muito doloroso e lamentável que, produto destes grupos violentos, tenhamos como resultado gente que perca a vida".
"Vamos triunfar para que os jovens mais nunca sejam atraídos para a violência", disse.